Foto enviada pelo Paraguai levou à identificação de Silvinei Vasques
Imagem repassada às autoridades brasileiras foi decisiva para confirmar a prisão do ex-diretor da PRF ao tentar fugir com passaporte falso
247 - A prisão do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, no Paraguai, foi confirmada após autoridades locais encaminharem uma fotografia do suspeito à Polícia Federal brasileira. A imagem permitiu que investigadores validassem a identidade de Silvinei, que tentava deixar o país utilizando documentos falsos.
Silvinei Vasques foi preso na madrugada desta sexta-feira (26) no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, no momento em que se preparava para embarcar rumo a El Salvador, com escala no Panamá. Segundo as autoridades, ele utilizava um passaporte adulterado e havia rompido a tornozeleira eletrônica que monitorava seus deslocamentos no Brasil.
Com o rompimento do equipamento de monitoramento, alertas foram disparados às forças de segurança brasileiras, que acionaram a adidância da Polícia Federal no Paraguai. Informações preliminares indicam que Silvinei teria tentado modificar a foto do passaporte para conseguir passar pela imigração, mas a tentativa foi frustrada após a polícia paraguaia ser previamente informada.
No aeroporto, havia dois voos previstos com destino ao Panamá, um às 1h44 e outro às 6h42. A prisão ocorreu antes do embarque. Fontes da diplomacia brasileira informaram que as autoridades paraguaias estão em contato direto com a Polícia Federal para viabilizar a expulsão sumária de Silvinei do país. A expectativa é que ele seja entregue às autoridades brasileiras na região da Tríplice Fronteira.
Silvinei Vasques foi condenado pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) a 24 anos e 6 meses de prisão. A sentença ocorreu no julgamento do chamado núcleo 2 da trama golpista investigada após as eleições de 2022. Segundo o STF, o grupo teria participado da elaboração da chamada “minuta do golpe”, além de ações de monitoramento e de planos contra autoridades da República.
De acordo com a condenação, Silvinei e outros aliados também atuaram para dificultar o deslocamento de eleitores da Região Nordeste durante o segundo turno das eleições presidenciais, utilizando a estrutura da PRF. O processo também aponta envolvimento em articulações que incluíam ameaças ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao vice-presidente Geraldo Alckmin e ao ministro do STF Alexandre de Moraes.
Além de Silvinei Vasques, foram condenados no mesmo núcleo Mário Fernandes, general da reserva do Exército; Marcelo Câmara, coronel do Exército e ex-assessor de Jair Bolsonaro; Filipe Martins, ex-assessor de Assuntos Internacionais da Presidência; e Marília de Alencar, ex-diretora de Inteligência do Ministério da Justiça.



