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Haddad defende PEC da Segurança e cobra apoio de Claudio Castro

O ministro defendeu o projeto do governo federal que prevê a integração das força policiais. Governador do Rio é contra

Fernando Haddad (Foto: Diogo Zacarias/MF)

247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a defender nesta quarta-feira (29) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, de autoria do governo federal e atualmente em tramitação na Câmara dos Deputados. As declarações foram dadas após questionamentos sobre a megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro, na terça-feira (28).

Defesa da integração entre entes federativos

Durante conversa com jornalistas, Haddad afirmou que a PEC representa um passo decisivo para a coordenação nacional das forças de segurança. “Nós precisamos nos organizar. Por isso que é tão importante a PEC da Segurança Pública, porque ela impõe a todos — governadores, presidente da República, Receita, Polícia Federal, Ministério Público Federal — uma integração. Assim, nós vamos conseguir combater o crime organizado. Nós estamos dando a nossa contribuição”, declarou o ministro.

Haddad também criticou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), por não atuar de forma mais incisiva na prevenção de fraudes ligadas ao comércio ilegal de combustíveis. “Eu penso que o governador deveria nos ajudar em relação a isso. Hoje o Estado do Rio não tem feito praticamente nada em relação ao contrabando de combustível”, afirmou. Segundo o ministro, essa prática é uma das principais fontes de financiamento das organizações criminosas no estado.

Operação Contenção e troca de acusações

A operação citada por Haddad, batizada de Operação Contenção, foi conduzida por policiais civis e militares nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio. A ação resultou em 64 mortos, 81 presos e 93 fuzis apreendidos, conforme dados oficiais.

Após a operação, o governador Cláudio Castro disse que o estado estava “sozinho” e reclamou da falta de apoio do governo federal. Ele afirmou ainda que solicitou a ajuda das Forças Armadas em três ocasiões, mas todos os pedidos foram negados. A declaração provocou uma troca pública de acusações entre o governo fluminense e integrantes da administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, rebateu Castro afirmando que não havia recebido pedidos formais de apoio para a megaoperação. Diante do mal-estar, o governador entrou em contato com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, para esclarecer que não pretendia criticar o governo federal.

PEC da Segurança e os impasses com o Rio

A PEC da Segurança Pública é mais um ponto de divergência entre o Planalto e o governo do Rio. O texto propõe fortalecer o Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), garantindo maior integração e agilidade nas ações conjuntas entre União, estados e municípios.

Enquanto o governo federal defende a PEC como instrumento para coordenar políticas de combate ao crime, Cláudio Castro sustenta que a proposta ignora o problema das fronteiras. “Os ministros focam na questão da PEC e esquecem da política de fronteiras”, afirmou o governador, cobrando uma atuação mais firme do governo federal para conter o tráfico de armas e drogas que abastece facções criminosas.

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