Inep anula três questões do Enem após suspeita de vazamento; PF é acionada
Após aluno divulgar questões similares em live, instituição remove três itens da prova e aciona Polícia Federal para apurar o caso
247 - O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) confirmou nesta terça-feira (18) a anulação de três questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2025, após relatos de antecipação de itens similares divulgados antes da aplicação da prova.
Em comunicado, o órgão reafirmou a lisura e validade do exame e explicou que a decisão foi tomada após análise técnica da comissão responsável pela montagem do teste. A anulação não compromete o resultado dos participantes devido ao modelo de correção utilizado.
Caso envolve universitário que alega ter memorizado itens de pré-testes
Reportagem do O Globo identificou que um estudante universitário — que participa de pré-testes do Inep — divulgou, em uma live publicada cinco dias antes da prova, questões praticamente idênticas às que caíram no exame aplicado no último domingo.
Em seu perfil, o jovem afirma conseguir lembrar de perguntas utilizadas nessas avaliações prévias e vende conteúdos on-line com base nelas.
Entre os itens citados na transmissão, há uma questão de Biologia com alternativas idênticas às do Enem, incluindo a resposta correta. Outro exemplo, sobre ruído sonoro, reproduz integralmente valores e estrutura da pergunta aplicada no exame.
O estudante afirmou ainda ter antecipado questões em 2023 e 2024.
Ele foi procurado por jornalistas, mas não respondeu.
TRI impede prejuízo aos candidatos, diz Inep
O Inep destacou que o Enem utiliza a Teoria da Resposta ao Item (TRI), modelo estatístico que exige pré-testagem dos itens. Por isso, participantes desses testes têm contato com questões que podem vir a ser usadas em edições futuras.
Segundo o instituto, nenhuma questão foi apresentada de forma idêntica ao que foi aplicado em 2025, embora tenha havido “similaridades pontuais” detectadas nas redes sociais.
Além das anulações, o Inep disse ter acionado a Polícia Federal para investigar possível quebra de sigilo ou má-fé.
“Protocolos de segurança foram cumpridos em todas as etapas do exame”, reforçou o órgão.



