Enem poderá ser aplicado em países do Mercosul a partir de 2026
MEC avalia expansão do exame para Argentina, Uruguai e Paraguai com aplicação em português
247 - O Ministério da Educação analisa a possibilidade de levar o Exame Nacional do Ensino Médio para fora do país, ampliando sua realização para capitais da Argentina, do Uruguai e do Paraguai. A informação foi apresentada pelo ministro Camilo Santana (PT) durante coletiva de imprensa sobre o Enem.
De acordo com a Sputnik Brasil, o ministro e o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Manuel Palacios, informaram que um estudo será conduzido para verificar a viabilidade logística, financeira e operacional dessa expansão, prevista para 2026. A proposta prevê que a prova seja aplicada em português e esteja disponível tanto para brasileiros residentes nesses países quanto para estrangeiros interessados.
Santana ressaltou que o objetivo é fortalecer a integração regional. "Quanto à aplicação do exame nos países do Mercosul, essa é uma proposta que vamos estudar com atenção. Tenho certeza de que encontraremos um caminho viável para atender a essa demanda e fomentar a integração entre os países do bloco", afirmou o ministro. Ele acrescentou ainda que "o Inep está analisando todos os detalhes, incluindo custos e logística de aplicação".
O ministro também destacou o papel da Universidade Latino-Americana da União do Mercosul (UNILA), sediada no Paraná, como ponte para estudantes internacionais. "Inclusive, retomamos a obra do [arquiteto Oscar] Niemeyer, que será entregue no próximo ano. A ideia é abrir as portas das universidades para estudantes do Mercosul, especialmente de Buenos Aires, Montevidéu e Assunção", afirmou.
Participação no Enem 2025 mantém média histórica
No Brasil, a edição de 2025 registrou presença aproximada de 70% dos mais de 4,81 milhões de inscritos nos dois domingos de prova, realizados em 9 e 16 de novembro. Segundo balanço preliminar do Inep, o índice se manteve dentro do padrão dos anos anteriores.
A segunda etapa, aplicada no dia 16, reuniu questões de matemática e ciências da natureza, abrangendo química, física e biologia. Santana lembrou que o Enem voltou a possibilitar a certificação do ensino médio para maiores de 18 anos que atinjam a pontuação exigida. "Quase 100 mil pessoas se inscreveram para a finalidade de certificação e também a novidade deste ano foi a pré-inscrição dos alunos do ensino médio", afirmou.
Enem como avaliação do ensino médio
O governo também anunciou que o Enem passará a ser utilizado para avaliar a educação básica a partir de 2026, substituindo a função que hoje é desempenhada pelo Saeb. A mudança, segundo Palacios, deve estimular maior compromisso dos estudantes. "Vamos trabalhar em 2026 para produzir uma avaliação da conclusão da educação básica por meio do Enem, que certamente colocará em outro patamar a aferição da qualidade da nossa educação básica. Teremos estudantes muito mais motivados para a participação nessa avaliação e uma prova que cobre todas as habilidades e conhecimentos", explicou.
Ocorrências e medidas de segurança
Cerca de 1,7 mil candidatos foram eliminados no segundo dia de aplicação por condutas inadequadas, número considerado abaixo da média histórica. Também pela primeira vez, todas as 165 mil salas de prova no país utilizaram detectores de metais, recurso implementado para coibir tentativas de fraude e reforçar a segurança do exame.



