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Lindbergh pede ampliação da investigação do Banco Master sobre operações de previdência

Parlamentar quer que PF inclua operações da Rioprevidência após prisão de Daniel Vorcaro

Lindbergh Farias (Foto: Bruno Spada / Câmara dos Deputados)

247 - O deputado federal Lindbergh Farias (PT) anunciou nesta terça-feira (18) que protocolará uma petição para ampliar a investigação da Polícia Federal sobre o Banco Master.

A declaração foi feita em sua conta oficial no X (antigo Twitter), onde o parlamentar relatou a prisão do controlador da instituição, Daniel Vorcaro, detido pela PF em sua residência no Jardim Europa, área nobre de São Paulo.

Lindbergh afirmou que solicitará à PF que o inquérito passe a abranger também possíveis irregularidades envolvendo planos de previdência, com foco nas operações da Rioprevidência. Segundo ele, o fundo aplicou mais de R$ 1 bilhão no Banco Master, mesmo após determinação expressa do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) proibindo novos aportes. O deputado destacou ainda que o tribunal já havia pedido esclarecimentos em maio e alertado para falhas na gestão dos recursos, cenário que, segundo o próprio TCE-RJ, se agravou nos meses seguintes.

De acordo com Lindbergh, em julho foi identificada a exposição de cerca de R$ 2,6 bilhões — o equivalente a um quarto de todos os recursos administrados pelo Rioprevidência — a títulos emitidos ou fundos geridos pelo Banco Master. Para ele, a amplitude dos investimentos e o descumprimento das orientações do órgão de controle tornam indispensável que a PF inclua essas operações na apuração.

A prisão de Vorcaro ocorreu em meio à intensa instabilidade que envolve a instituição. Segundo informações publicadas por Lauro Jardim no jornal O Globo, a ordem partiu da Justiça Federal de Brasília e integra uma operação que cumpre outros mandados. A ação veio menos de 24 horas após a controversa tentativa de venda do banco ao grupo Fictor, desconhecido no mercado e rejeitado de imediato por agentes da Faria Lima, que viram na operação uma tentativa de ganhar tempo diante da situação crítica da instituição.

A desconfiança se intensificou após a avaliação predominante no mercado de que a operação repassava ao Banco Central a tarefa de analisar uma transação improvável envolvendo um banco já fragilizado. Nos bastidores, Vorcaro vinha afirmando a interlocutores que a relação com o BC melhoraria após 31 de dezembro, com o fim do mandato do diretor Renato Gomes, apontado por ele como o principal crítico da instituição dentro da autarquia. A ação da PF, no entanto, desfez qualquer expectativa nesse sentido.

No mesmo dia, o Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master, eliminando qualquer possibilidade de avanço nas tratativas com o grupo Fictor e aprofundando a crise que levou Lindbergh a pressionar pela ampliação da investigação.

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