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Ibaneis escolhe Celso Eloi para comandar o BRB

Servidor de carreira da Caixa é indicado para substituir Paulo Henrique Costa na presidência do Banco de Brasília após afastamento imposto pela Justiça

Sede do BRB em Brasília - 01/04/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - O governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), decidiu indicar o executivo Celso Eloi de Souza Cavalhero para assumir a presidência do Banco de Brasília (BRB) após o afastamento judicial de Paulo Henrique Costa. A mudança ocorre em meio à Operação Compliance Zero, da Polícia Federal, que mira um esquema de emissão e negociação de títulos de crédito falsos envolvendo o Banco Master, instituição com a qual o BRB mantém negócios.

A indicação ocorre após a Justiça determinar o afastamento de Paulo Henrique, nesta terça-feira (18), pelo prazo inicial de 60 dias, informa o Metrópoles. Na mesma decisão, o diretor financeiro do BRB, Dario Oswaldo Garcia Júnior, também foi afastado de suas funções.

Ibaneis justificou a escolha de um gestor de carreira da Caixa Econômica Federal para conduzir o banco público brasiliense em meio à crise. “Diante da deliberação judicial de afastamento do presidente do BRB, e em decorrência da necessidade da manutenção da normalidade dos serviços, e do desencadeamento de apurações internas e da prestação dos devidos esclarecimentos às autoridades monetárias e fiscalizatórias, entendi por bem indicar o nome do servidor de carreira da Caixa Econômica Federal Celso Eloi que, no momento, exerce o cargo de superintendente da Caixa em Brasília”.

Perfil de Celso Eloi, indicado para o comando do BRB

Celso Eloi é funcionário da Caixa Econômica Federal desde 1990 e atualmente atua como superintendente do banco em Brasília. Ele é formado em ciências contábeis pela Associação de Ensino Superior do Distrito Federal e bacharel em direito pelo UniCeub, reunindo formação técnica nas áreas financeira e jurídica.

Antes de ingressar na Caixa, entre 1987 e 1990, Celso Eloi trabalhou como gerente no Banco Meridional do Brasil. Na instituição federal, iniciou a trajetória como gerente de relacionamento e, em 2020, assumiu o posto de superintendente executivo de Governo, função que ocupa até hoje e que o colocou na linha de frente de negociações com entes públicos e grandes operações institucionais.

Para tomar posse como presidente do BRB, o indicado ainda precisará passar por sabatina e aprovação na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), como determina a Lei Orgânica do DF. Só após o aval dos deputados distritais a nomeação poderá ser efetivada.

Afastamento na cúpula do BRB e operação da PF

A decisão judicial que afastou Paulo Henrique Costa da presidência do BRB e Dario Oswaldo Garcia Júnior da diretoria financeira tem validade de 60 dias. Nesse período, a orientação é preservar a normalidade dos serviços do banco, ao mesmo tempo em que se aprofundam as apurações internas e o fornecimento de informações às autoridades de controle e fiscalização.

Na manhã desta terça-feira (18), a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão e de prisão preventiva no âmbito da Operação Compliance Zero. A investigação apura um esquema de emissão e negociação de títulos de crédito falsos envolvendo o Banco Master. O BRB mantém negócios com o Master e chegou a anunciar, em março de 2025, a aquisição da instituição, operação que acabou barrada pelo Banco Central.

No desdobramento mais recente da operação, foram presos o proprietário do Banco Master, Daniel Vorcaro, o ex-sócio Augusto Lima e o tesoureiro da instituição, Alberto Félix. A investida da PF ocorreu um dia após o anúncio de venda do Master para a Fictor e investidores internacionais, movimento que acabou pressionado pela ofensiva policial e pelo aprofundamento das investigações sobre o esquema financeiro sob suspeita.

Com o afastamento da atual cúpula e a indicação de Celso Eloi para a presidência, o BRB entra em uma fase de transição sob supervisão mais intensa de órgãos de controle, enquanto a Justiça e as autoridades monetárias analisam os desdobramentos da Operação Compliance Zero e o impacto das apurações sobre a gestão do banco público brasiliense.

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