Lula reforça ações de inteligência e cooperação internacional contra o crime organizado
Presidente detalhou ações do governo e alinhamento com os EUA no enfrentamento às facções criminosas
247 - Em entrevista concedida à TV Verdes Mares, no Ceará, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou novas diretrizes do Governo do Brasil para o combate ao crime organizado. Na entrevista, realizada em Fortaleza nesta quarta-feira (3), ele explicou que a estratégia nacional passa por ampliar a cooperação internacional, sobretudo com os Estados Unidos, e fortalecer a atuação de inteligência.
Ao comentar sua recente conversa telefônica com o presidente dos EUA, Donald Trump, Lula confirmou que a segurança nas fronteiras e o enfrentamento às facções estiveram no centro da discussão. Segundo o chefe do Executivo, o país trabalha para intensificar ações coordenadas e focadas em tecnologia, deixando de lado métodos violentos que, segundo ele, não produzem resultados duradouros.
“Disse a ele que estamos dispostos a trabalhar juntos para combater o crime organizado na fronteira, onde estiver. O crime organizado é um atraso para qualquer sociedade. É uma violência contra a economia dos estados, contra a liberdade”,disse Lula.
Crime organizado como desafio global
Segundo Lula, o avanço das facções ultrapassa fronteiras e se tornou uma ameaça internacional. Ele ressaltou que os grupos criminosos evoluíram em tecnologia e capacidade operacional. “Hoje, as facções criminosas competem com o Estado. Elas têm drone, inteligência, coisas que, muitas vezes, as forças policiais não têm. Nós vamos assumir esse combate de corpo e alma”, afirmou.
O presidente defendeu maior integração entre países vizinhos e acesso compartilhado a informações estratégicas, destacando que nenhum país conseguirá enfrentar o narcotráfico de forma isolada.
Reforço à Polícia Federal e nova PEC da Segurança Pública
No plano interno, o presidente explicou que o governo trabalha para fortalecer a Polícia Federal e redefinir o papel da União no enfrentamento ao crime, hoje concentrado principalmente nos estados. Ele citou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, atualmente em discussão no Congresso Nacional.
“O caminho é esse: estamos fortalecendo a Polícia Federal. Na medida em que a PEC for aprovada, ela vai dizer qual é o papel da União no combate à violência criminal no Brasil”, destacou.
Cooperações, investimentos e fronteiras mais protegidas
Com a aprovação do marco constitucional, Lula prevê ampliação de investimentos e reforço de operações integradas. O presidente afirmou que as novas diretrizes permitirão fortalecer o patrulhamento de fronteiras, além de expandir parcerias internacionais.
“A gente vai poder fazer muito mais, inclusive colocar mais dinheiro para reforçar a Polícia Federal nas fronteiras, fazer convênio com outros países vizinhos. Vamos utilizar a inteligência que temos, dos países que fazem fronteira com o Brasil, dos Estados Unidos e de outras partes do mundo para que a gente possa jogar pesado para derrotar facções criminosas, crime organizado e narcotráfico”, disse.
Segurança como garantia de liberdade
Lula afirmou que a presença do Estado é fundamental para assegurar tranquilidade à população e impedir a expansão de grupos criminosos sobre territórios urbanos. “A sociedade precisa estar de bem com a vida. Não pode temer um cidadão que acha que é chefe de um bairro, que é chefe de uma vila, de uma rua, de um comércio. Não. Quem é dono de tudo isso é o povo brasileiro. Nós vamos garantir a ele que tenha essa liberdade”, declarou.
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A visita presidencial ao Ceará incluiu a entrega de 3 mil Carteiras Nacionais Docente do Brasil (CNDB) a professores do estado. Lula também autorizou a terceira etapa das obras do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) no estado, que receberá investimento de R$ 180 milhões. Outro ponto da agenda foi o acompanhamento do início da produção de veículos elétricos da GM no país, marcado como uma das principais iniciativas do setor automotivo para os próximos anos.



