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Lula reforça papel da ciência para um Brasil soberano e com inclusão social

Na 6ª reunião do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia,governo apresenta Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação com prioridades até 2034

Lula destacou que a ciência é o pilar de um Brasil soberano, desenvolvido e socialmente justo (Foto: Ricardo Stuckert)

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu o fortalecimento das políticas científicas durante a 6ª reunião do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia (CCT), realizada nesta quinta-feira (4), no Palácio do Planalto, em Brasília. No encontro, foi apresentada a nova Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI) 2024-2034, documento que orientará as diretrizes do setor na próxima década.

A ENCTI consolida recomendações da 5ª Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação, que mobilizou mais de 100 mil participantes. A estratégia estabelece um conjunto de prioridades para impulsionar o desenvolvimento científico, tecnológico e produtivo do país em bases sustentáveis, soberanas e socialmente inclusivas.

Lula enfatizou que a ciência é um elemento central de um projeto de país mais justo e competitivo. Segundo ele, “o Governo do Brasil está do lado da ciência e da comunidade científica. O investimento público em pesquisa retorna para o povo brasileiro em forma de saúde, segurança, geração de empregos e qualidade de vida. É por meio da ciência que produzimos vacinas e medicamentos, criamos tecnologias para a indústria, geramos produtividade no campo, monitoramos desastres naturais e garantimos resiliência das cidades”.

O presidente também ressaltou que a entrega da nova estratégia representa um marco na reconstrução das políticas nacionais para ciência, tecnologia e inovação. “E na construção de um Brasil cada vez mais capaz de enfrentar vulnerabilidades históricas, liderar áreas estratégicas e transformar conhecimento em bem-estar para toda a população”, afirmou.

A ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, apresentou os avanços registrados na atual gestão. Segundo ela, “a ciência está no centro do projeto de desenvolvimento do nosso país e nunca se investiu tanto em ciência, tecnologia e inovação. Somente na parte de recuperação e infraestrutura de pesquisa, nesses três anos de governo, são R$ 5,8 bilhões”.

Lula recordou ainda que o próprio CCT foi responsável pela elaboração do primeiro Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, hoje em fase de implementação. “É um marco estratégico que já está em implementação. O Brasil precisava de uma postura ativa neste tema, para não ficar a reboque de outros países. E vocês responderam em tempo recorde, com uma política concreta de IA para o país”, destacou.

A ministra Luciana Santos complementou informando que o país já conta com oito Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) dedicados à inteligência artificial, com aplicações na indústria, agricultura e saúde. “Nós já executamos R$ 6,47 bilhões do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial, desde que ele foi entregue ao presidente”, disse.

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, relacionou os avanços científicos ao desempenho econômico recente. “Para ver os bons frutos de todo esse trabalho da ciência e tecnologia, no ano passado o PIB brasileiro cresceu 3,4%, impulsionado pela indústria de transformação, que cresceu 3,8%. E, quando a gente abre a indústria de transformação, a indústria de alta tecnologia cresceu mais de 6%”, afirmou.

O ministro da Defesa, José Múcio, destacou a importância da integração entre defesa e inovação. Segundo ele, “atualmente o Ministério da Defesa e as Forças Armadas atuam no Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia e Inovação (SNCTI), com destaque para o desenvolvimento científico e tecnológico brasileiro, funcionando como catalisadores de inovações de tecnologias militares para aplicações civis em áreas como inteligência artificial, computação quântica e materiais avançados, que são vitais para a segurança e o progresso do país”.

A ENCTI estrutura os desafios nacionais em quatro eixos principais: Inovação empresarial e reindustrialização, estimulando a transformação digital, a transição energética e o fortalecimento dos complexos industriais da saúde e defesa; projetos estratégicos para a soberania nacional, reduzindo dependências externas em setores críticos como fármacos, fertilizantes, minerais estratégicos e tecnologias espaciais e nucleares e desenvolvimento social, direcionando a ciência para soluções de problemas cotidianos, como segurança alimentar, moradia, transporte público e redução de desigualdades.

Entre as metas estabelecidas, a estratégia prevê elevar o investimento nacional em pesquisa e desenvolvimento a 2% do PIB até 2034, com foco na ampliação da inovação dentro das empresas e na redução da dependência tecnológica estrangeira.

Embora o investimento governamental brasileiro em relação ao PIB (0,27%) já se equipare ao dos Estados Unidos, o país ainda enfrenta desafios. O investimento empresarial, de 0,60%, permanece distante do padrão de nações líderes em inovação, como Israel, Coreia do Sul e o próprio EUA.

O detalhamento operacional da ENCTI será consolidado no Plano de Ação em Ciência, Tecnologia e Inovação (PACTI), que definirá cronogramas, fontes de financiamento e metas intermediárias. A mensagem central do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia, segundo o governo, aponta para um caminho inequívoco: a soberania tecnológica é decisiva para garantir o desenvolvimento econômico e social do Brasil.

Com informações da Agência Gov. 

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