Malafaia se revolta após ação da PF contra Sóstenes, acusa Alexandre de Moraes e diz: "pode mandar me prender"
Empresário da fé ataca ministro do STF e sua esposa após operação contra deputado do PL
247 – O empresário da fé Silas Malafaia voltou a atacar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e sua esposa, a advogada Viviane Barci de Moraes, em um vídeo publicado em suas redes sociais na sexta-feira (19). Na gravação, ele acusa o casal de tráfico de influência e de envolvimento em um contrato que classifica como “escandaloso” com o Banco Master, cobrando investigação e o afastamento do magistrado da Corte.
As declarações foram reportadas pela colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, que detalhou o conteúdo do vídeo e o contexto político em que o ataque foi feito. Segundo Malafaia, o contrato do escritório Barci de Moraes Sociedade de Advogados com o Banco Master, que poderia chegar a R$ 129 milhões, seria “prova de corrupção” e de “tráfico de influência”. Ele ainda afirmou: "pode mandar me prender".
No vídeo, o empresário da fé questiona o valor do acordo e afirma que não haveria justificativa para honorários dessa magnitude. “Não existe honorário advocatício nesse valor em um contrato genérico”, diz. Em tom agressivo, Malafaia ainda questiona a legitimidade do ministro para exercer suas funções no STF. “Que moral esse cara tem para julgar alguém?”, afirma.
Defesa de Sóstenes e ataque ao STF
O discurso de Malafaia ocorre no mesmo dia em que o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal, em uma operação autorizada pelo ministro Flávio Dino. A investigação apura suspeitas de desvio de recursos da cota parlamentar por meio de contratos de locação de veículos.
Em reação à operação, Sóstenes acusou o STF e o governo do presidente Lula de promoverem uma “cortina de fumaça” para esconder investigações envolvendo Fábio Luís Lula da Silva, filho do presidente, e o vice-líder do governo no Senado, Weverton Rocha (PDT-MA), ambas relacionadas a desvios no INSS.
No vídeo, Malafaia sai em defesa do deputado do PL e sustenta que a investigação seria uma armação para “denegrir” a direita. Segundo ele, a prática investigada seria comum no Congresso e não ilegal, sendo adotada inclusive por parlamentares de esquerda. O pastor, no entanto, não comenta a apreensão de R$ 430 mil em espécie no apartamento de Sóstenes.
Acusações diretas a Alexandre de Moraes
Ao ampliar o ataque ao Supremo, Malafaia acusa a Corte de promover uma blindagem ao ministro Alexandre de Moraes e afirma que o magistrado estaria em silêncio por não conseguir se defender das acusações. “Quem cala consente, quem cala deve”, diz o pastor, desafiando Moraes a se manifestar publicamente sobre o caso.
O contrato citado por Malafaia veio à tona após a Polícia Federal encontrar documentos no celular do banqueiro Daniel Vorcaro, dono do Banco Master. O acordo previa pagamentos mensais de R$ 3,6 milhões ao longo de 36 meses, o que poderia totalizar R$ 129 milhões. O escritório reúne Viviane Barci de Moraes e dois filhos do casal.
Desde a revelação do contrato, segundo a Folha de S.Paulo, nem o gabinete do ministro Alexandre de Moraes, nem o Banco Master, nem o escritório de advocacia se manifestaram publicamente sobre o caso.



