Alvo da PF, líder do PL declarou só R$ 4,9 mil em 2022
Patrimônio informado à Justiça Eleitoral contrasta com apreensão de R$ 430 mil feita pela Polícia Federal nesta sexta-feira
247 - O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), tornou-se alvo de uma operação da Polícia Federal deflagrada nesta sexta-feira (19/12). Registros oficiais mostram que, nas eleições de 2022, o parlamentar informou à Justiça Eleitoral possuir apenas R$ 4,9 mil em bens, valor considerado irrisório para um deputado federal em exercício. As informações são do Metrópoles.
Conforme a declaração apresentada por Sóstenes à Justiça Eleitoral, todo o patrimônio informado estava concentrado em duas contas correntes: uma com saldo de R$ 4,3 mil e outra com cerca de R$ 600. Não havia registro de imóveis, veículos ou outros bens relevantes em seu nome naquele período.
Apreensão de dinheiro em Brasília
Três anos após a prestação de contas eleitoral, a Polícia Federal apreendeu, nesta sexta-feira (19), cerca de R$ 430 mil em espécie em um flat alugado pelo deputado na região central de Brasília, onde ele reside durante a semana. A apreensão ocorreu durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão autorizados pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Sóstenes afirmou que o dinheiro encontrado tem origem lícita e seria resultado da venda de um imóvel realizada após as eleições de 2022. Segundo ele, a operação financeira ocorreu posteriormente à declaração de bens, o que explicaria a ausência do valor nos registros eleitorais.
“Aprendam uma coisa: dinheiro de corrupção não aparece lacrado, identificado e recolhido oficialmente na sua residência. Quem quer viver de corrupção, bota em outro lugar. Vendi um imóvel, o imóvel me foi pago com dinheiro lícito, está lacrado, tem a origem, então não tenho nada a temer”, disse o deputado.
Histórico patrimonial do deputado
A declaração apresentada em 2022 contrasta com informações de eleições anteriores. Em 2018, quando também se elegeu deputado federal, Sóstenes Cavalcante informou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 134,6 mil. A maior parte desse valor correspondia a um veículo modelo Tucson, avaliado em R$ 122 mil.
Operação Galho Fraco
A ação da Polícia Federal faz parte da Operação Galho Fraco, que investiga suspeitas de desvio de recursos públicos relacionados ao uso de cotas parlamentares. Além de Sóstenes Cavalcante, o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) também foi alvo da investigação. Ao todo, a Polícia Federal cumpriu sete mandados de busca e apreensão expedidos pelo STF, com ações realizadas no Distrito Federal e no Rio de Janeiro.



