Mineradoras criam associação para fortalecer minerais críticos
Nova entidade reúne empresas juniores e busca estruturar cadeia estratégica no país
247 - As mineradoras de pequeno e médio porte que atuam na exploração de minerais críticos no país anunciaram, nesta terça-feira (25), a criação da AMC (Associação de Minerais Críticos). A iniciativa reúne empresas que compõem toda a cadeia produtiva — da prospecção ao processamento — com foco em insumos essenciais para a transição energética, como lítio, níquel, terras raras, grafite e cobre.
A formação da nova entidade foi divulgada originalmente pela Agência iNFRA e tem como principal objetivo reforçar a coordenação técnica e institucional de um setor que avança de forma acelerada, mas ainda enfrenta desafios regulatórios, de inovação e de interlocução com o poder público.
A AMC nasce com Marisa Cesar, diretora de assuntos corporativos e sustentabilidade da PLS — grupo australiano especializado em lítio — no comando do conselho. A executiva afirma que a criação da entidade responde à necessidade de oferecer maior robustez ao segmento. Segundo ela, a associação surge para “organizar e fortalecer” o setor e permitir uma atuação mais integrada entre empresas, governo e investidores.
A vice-presidência será ocupada por Marcelo Carvalho, diretor executivo da Meteoric Brasil. Ele destaca que a nova instituição nasce “conectada ao ecossistema institucional do setor”, reforçando que a proposta não é competir com entidades já consolidadas, como o Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração). “A AMC surge para complementar o trabalho já muito bem desenvolvido pelas demais entidades representativas, como o Ibram, e está alinhada aos anseios do estado brasileiro”, afirmou. Carvalho acrescenta que a missão é “preencher lacunas que afetam especialmente as empresas juniores do segmento, criando um ambiente mais estruturado para que possam dialogar com governo, investidores e organismos internacionais”.
O grupo fundador reúne A Clara, Atlantic Nickel, Centaurus, Graphcoa, Graph+, Meteoric, PLS, Viridis e Lithium Ionic, além do apoio jurídico do escritório Frederico Bedran Advogados. Outras empresas estão em processo final de adesão.
O advogado Frederico Bedran será o diretor executivo da AMC. Na nota oficial, ele reforça o propósito de ampliar a representatividade das mineradoras juniores e qualificar a interlocução institucional. “A associação nasce para unir o setor e qualificar o debate nacional”, afirmou. Ele acrescentou que “nosso compromisso é criar um espaço de diálogo técnico estruturado que ajude a superar gargalos históricos e fomente um ambiente favorável a investimentos”.
A criação da AMC simboliza um movimento de consolidação em um mercado estratégico para a economia global, especialmente diante da corrida internacional por minerais que sustentam tecnologias de energia limpa, baterias de alta performance e sistemas de eletrificação.



