Mulher atropelada e arrastada por 1 km apresenta melhora; família denuncia vaquinha falsa
A jovem de 31 anos teve as pernas amputadas em consequência das agressões
247 - Tainara Souza Santos, vítima de uma tentativa de feminicídio que chocou São Paulo, apresentou melhora clínica significativa dias após sofrer múltiplas cirurgias. As informações foram publicadas pelo g1, veículos que acompanham o caso desde o atropelamento seguido de arrasto por mais de um quilômetro na Marginal Tietê.
A jovem de 31 anos, que teve as pernas amputadas em consequência das agressões, foi transferida na noite de quarta-feira (3) para o Hospital das Clínicas, referência em casos de alta complexidade. Desde o sábado anterior, ela estava internada no Hospital Municipal José Storopolli, o Vermelhinho, na Zona Norte da capital.
Quarta cirurgia e reação emocionam a família
Antes da transferência, Tainara passou pela quarta cirurgia, que, segundo o irmão Luan Henrique, seria um enxerto para auxiliar na reconstrução dos membros. Embora o boletim médico atualizado não tenha sido divulgado, a equipe autorizou o transporte após avaliar melhora relevante.
A família relatou alívio ao perceber que Tainara começou a reagir a estímulos médicos e afetivos.“Só de estar viva, interagindo assim, de estar escutando, já está movimentando a cabeça para lá e para cá, quando a gente pergunta alguma coisa, ela está entendendo, ela aperta a nossa mão. É só maravilha, é só glória”, afirmaram familiares emocionados.Na terça-feira (2), ela havia passado por uma cirurgia anterior, com duração de quase sete horas, para colocação de pinos na bacia e instalação de uma sonda.
O irmão, abalado, disse ao g1: “Ela estava reagindo bem [ao tratamento], mas ainda está em coma induzido. Está sendo difícil. Me emocionei durante a última visita, estou desamparado. O rosto dela continua o mesmo, só está um pouco inchado.”
A falsa vaquinha
A família também alertou para a criação de uma suposta campanha online que estaria pedindo dinheiro para a compra de próteses. Segundo Luan, a iniciativa é falsa.
“A gente não está pedindo dinheiro, a gente pede só para orarem”, reforçou.Tainara é mãe de duas crianças, um menino de 12 anos e uma menina de 7, que estão sob os cuidados do pai. Segundo os parentes, as crianças ainda não foram informadas sobre a gravidade do ocorrido.
A prisão do agressor
O autor do atropelamento, Douglas Alves da Silva, de 26 anos, foi preso no domingo (30) em um hotel na Vila Prudente, Zona Leste. Ele teria avançado com seu carro contra Tainara, que caiu, ficou presa sob o veículo e foi arrastada por cerca de um quilômetro.
Imagens mostram o trajeto em que a vítima foi arrastada da Avenida Morvan Dias de Figueiredo até a Marginal Tietê. Testemunhas tentaram impedir o agressor, que fugiu em alta velocidade. Ao ser detido, Douglas tentou tomar a arma de um policial e acabou baleado.Na viatura, alegou que a intenção era atropelar um acompanhante da vítima após uma briga em um bar, afirmando não ter percebido que Tainara estava presa ao veículo. Até a última atualização, o g1 não havia conseguido contato com a defesa do acusado.
O início da tragédia
O crime ocorreu na manhã de sábado (29), após Tainara deixar um bar no Parque Novo Mundo com uma amiga e um rapaz. Segundo testemunhas, o agressor teria iniciado uma discussão motivada por ciúmes.
Letícia Conceição, amiga da vítima, relatou: “Ele chegou no forró e deu um soco no cara por ciúmes. Ela saiu, e o Douglas já estava esperando lá fora. Aí faz essa tragédia. Ele vai pagar por isso, ela não merecia.”A cidade de São Paulo vive um ano de recorde de casos de feminicídio, segundo dados oficiais.Se quiser, posso acrescentar um box explicando os próximos passos do tratamento ou um infográfico narrativo do caso.


