Petroleiros confirmam greve nacional a partir de 15 de dezembro
Categoria rejeita proposta da Petrobras e pressiona por solução para os equacionamentos da Petros
247 - Trabalhadores do Sistema Petrobras decidiram entrar em greve nacional a partir da zero hora de segunda-feira (15), após semanas de assembleias em bases de todo o país. A mobilização ganhou força diante da insatisfação com a postura da estatal nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT).
Conforme as informações divulgadas pela entidade sindical responsável, a nova proposta apresentada pela Petrobras não contemplou as principais reivindicações dos petroleiros, o que levou a categoria a rejeitar a contraproposta e manter o calendário de luta.
A empresa entregou sua segunda oferta na terça-feira (9), mas, segundo as entidades, não houve avanço nos três pontos considerados essenciais desde o início das tratativas: a busca de uma solução definitiva para os Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros, que têm impacto direto na renda de aposentados e pensionistas; melhorias estruturais no plano de cargos e salários; e garantias de recomposição sem a aplicação de mecanismos de ajuste fiscal. A pauta pelo “Brasil Soberano”, que defende a Petrobras pública e alinhada ao fortalecimento da estatal, também não registrou progressos.
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos destacam que a companhia não apresentou respostas conclusivas sobre os equacionamentos da Petros, tema discutido há quase três anos com o governo e as entidades de participantes. Também não houve sinalização de soluções consistentes para pendências acumuladas ao longo do processo de negociação.
Com a rejeição da contraproposta, os sindicatos devem formalizar a notificação de greve à empresa na sexta-feira (12), cumprindo o rito legal antes da paralisação.
Vigília dos aposentados começa nesta quinta-feira
Enquanto a greve não tem início, aposentados e pensionistas de várias regiões do país retomam nesta quinta-feira (11) a vigília em frente ao Edifício Senado (Edisen), sede da Petrobras no Rio de Janeiro. O ato deve se estender ao longo das negociações, reforçando a pressão por uma saída para os equacionamentos da Petros.
A mobilização ocorre paralelamente a agendas em Brasília, onde representantes da categoria participam de reuniões com integrantes do governo e da Comissão Quadripartite, formada por representantes da Petrobras, da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Sest), da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc) e das entidades do Fórum em Defesa dos Participantes e Assistidos da Petros.
A FUP reforça que permanece aberta ao diálogo, mas avalia que o resultado das assembleias e o conjunto de mobilizações desta semana refletem a forte disposição da categoria em pressionar por avanços concretos nas negociações do ACT.



