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PF apreende vinhos, celulares e dinheiro em espécie em apartamento funcional de Antônio Doido

Operação da Polícia Federal investiga suspeitas de desvio de verbas públicas e fraudes em licitações no Pará envolvendo contratos milionários

Vinhos apreendidos durante operação da PF contra deputado Antônio Doido (Foto: Reprodução/ Polícia Federal)

247 - A Polícia Federal apreendeu relógios, caixas de vinho, celulares e dinheiro em espécie no apartamento funcional do deputado federal Antônio Leocádio dos Santos, conhecido como Antônio Doido (MBD-PA), durante uma operação realizada nesta terça-feira no Distrito Federal. A ação faz parte da Operação Igapó, que apura suspeitas de desvio de recursos públicos e fraudes em processos licitatórios no estado do Pará.

Segundo os investigadores, o parlamentar é suspeito de integrar um esquema que teria utilizado contratos públicos para financiar a campanha eleitoral de um familiar. Ao todo, a Polícia Federal cumpriu 31 mandados de busca e apreensão no Pará e no Distrito Federal, enquanto o valor total do dinheiro vivo recolhido ainda está sendo contabilizado pelos agentes.

A investigação foi instaurada por determinação do ministro Flávio Dino, em agosto, após indícios de irregularidades envolvendo contratos do governo paraense.

O inquérito aponta que duas empresas investigadas estavam formalmente registradas em nome da esposa do deputado e de um funcionário identificado como “gerente” de uma fazenda ligada ao parlamentar. Para a Polícia Federal, ambos teriam atuado como “pessoas interpostas”, ocultando a real participação de Antônio Doido nas operações empresariais sob suspeita.

Um dos principais contratos analisados envolve uma licitação para obras no Canal do Bengui, em Belém, estimada em R$ 142 milhões. De acordo com a representação apresentada pela Polícia Federal ao STF, há indícios de uma série de crimes associados ao caso. “Já foram expostos acima os elementos que indicam de forma veemente a prática de delitos diversos pela organização criminosa investigada, que vão desde crimes eleitorais e crimes licitatórios diversos, como a frustração do caráter competitivo do procedimento licitatório e a fraude em licitação e contrato, até a corrupção e lavagem de dinheiro”, afirma o documento.

Inicialmente, a apuração tramitava na Justiça Eleitoral do Pará, mas foi encaminhada ao Supremo Tribunal Federal em razão do foro privilegiado do deputado. Até o momento, a defesa de Antônio Doido não havia se manifestado, e a reportagem segue tentando contato com o parlamentar para obter posicionamento sobre as acusações.

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