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PF conclui que Bolsonaro ignorou decisão do STF e distribuiu 300 vídeos via WhatsApp

Jair Bolsonaro compartilhou conteúdos mesmo proibido de utilizar redes sociais, segundo relatório da Polícia Federal

Jair Bolsonaro (Foto: Isac Nóbrega/PR)

247 - A Polícia Federal apontou que Jair Bolsonaro (PL) violou as medidas cautelares impostas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao enviar cerca de 300 vídeos por WhatsApp, informa a CNN Brasil,  com base no relatório divulgado na quarta-feira (20).

De acordo com a investigação, os conteúdos incluíam publicações sobre a aplicação da Lei Magnitsky contra Moraes e mensagens em apoio a manifestações realizadas em 3 de agosto em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador. A apreensão do celular de Bolsonaro também teve como objetivo apurar sua influência, e a do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), em relação às sanções dos Estados Unidos contra o Brasil.

Comparação com "milícias digitais"

O relatório da PF detalha que, apenas sobre as manifestações na capital baiana, os materiais foram compartilhados pelo menos 363 vezes. “A título exemplificativo de demonstração do modus operandi equiparado às milícias digitais, a investigação detalhou o compartilhamento e a dinâmica de algumas das mensagens apresentadas na tabela anterior”, registra o documento.

Os investigadores afirmam ainda que Bolsonaro utilizou redes sociais de terceiros para driblar a ordem judicial. “Diante da grande quantidade de arquivos, a investigação pontuou os principais conteúdos compartilhados no dia 03.08.2025 pelo investigado Jair Bolsonaro, com o objetivo de utilizar redes sociais de terceiros, para burlar a ordem de proibição a retransmissão de conteúdos imposta pela justiça”, diz o relatório.

Prisão domiciliar decretada

Um dia após o episódio, em 4 de agosto, Alexandre de Moraes converteu as medidas cautelares em prisão domiciliar. Para o ministro, ficou evidente que “houve reiterado descumprimento das medidas cautelares" pelo ex-presidente.

Além dos compartilhamentos em massa, Bolsonaro também participou de uma chamada de vídeo com o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) e apareceu em publicações do filho, senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), durante as manifestações de 3 de agosto. Ambas as situações foram consideradas violações da ordem de não uso de redes sociais.

Até aquele momento, Bolsonaro usava tornozeleira eletrônica, estava impedido de acessar redes sociais próprias ou de terceiros e cumpria recolhimento domiciliar das 19h às 6h nos dias úteis, além de tempo integral aos finais de semana e feriados.

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