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PL da Dosimetria é retrocesso institucional, diz José Dirceu

Ex-ministro reage ao PL da Dosimetria, que pode abreviar a prisão de Bolsonaro

PL da Dosimetria é retrocesso institucional, diz José Dirceu (Foto: Lula Marques/ Agência Brasil)

247 - O ex-ministro da Casa Civil José Dirceu voltou ao centro do debate político ao condenar a aprovação do Projeto de Lei da Dosimetria, proposta votada pela Câmara dos Deputados que reduz as penas aplicadas a Jair Bolsonaro e a outros condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro. As informações são do jornalista Paulo Cappelli, do Metrópoles.

Dirceu classificou a decisão aprovada pelos parlamentares na terça-feira (9) como um retrocesso institucional. Para ele, a medida “devolve a liberdade para que os que atentaram contra a democracia voltem a conspirar contra o Brasil”.

Ao aprofundar suas críticas, o ex-ministro questionou a postura dos deputados que apoiaram a flexibilização das penas dos envolvidos na tentativa de golpe. “Como é que os deputados e deputadas vão reduzir as penas, na verdade, dar impunidade àqueles que destruíram a casa do povo brasileiro, destruíram o Senado da República, destruíram o Supremo Tribunal Federal e invadiram e depredaram, destruíram o Palácio do Palácio, os três símbolos da República, da democracia”, declarou.

O debate ganhou ainda mais tensão após o relator do projeto, o deputado Paulinho da Força, afirmar que Jair Bolsonaro, condenado a 27 anos de prisão pelos ataques golpistas, poderá deixar a prisão em aproximadamente 2 anos e 4 meses. A perspectiva provocou nova reação de Dirceu, que também contestou um suposto aval do Supremo Tribunal Federal ao avanço do PL. “Ele [Paulinho da Força, relator da proposta] diz que não há oposição do Supremo. É muito grave isso. O Supremo está participando”, afirmou.

O ex-ministro destacou ainda que a mudança legislativa ocorre em meio a um movimento contraditório da própria Câmara. “Mas veja bem, essa maioria da Câmara, que o eleitor precisa tomar nota porque vai votar no ano que vem para a renovação da Câmara, queria aumentar as penas o mês passado, todas as penas. Isso mostra que isso aqui é a continuidade do golpe de Estado, é devolver para aqueles que tentaram destruir a democracia brasileira, a liberdade deles voltaram a conspirar contra o Brasil”, concluiu.

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