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Procurador-geral, pai do chanceler Ernesto Araújo protegeu nazista durante o regime militar

Episódio aconteceu em 1978 e envolve Gustav Franz Wagner, responsabilizado por 250 mil mortes. Pai do atual chanceler, o então procurador-geral da República, Henrique Fonseca de Araújo, nomeado por Geisel, deu quatro pareceres negativos à extradição do nazista

Procurador-geral da República em 1978, Henrique Fonseca de Araújo (Foto: Reprodução)
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247 - Pai do chanceler Ernesto Araújo, que hoje sofre forte pressão para deixar o cargo no governo Bolsonaro, Henrique Fonseca de Araújo foi procurador-geral e deu pareceres negativos à extradição do nazista Gustav Franz Wagner, responsabilizado por 250 mil mortes entre 1942 e 1943.

Fonseca de Araújo foi escolhido pelo ex-presidente Ernesto Geisel, durante o regime militar. O episódio da extradição aconteceu em 1978, segundo contou reportagem da Folha de S.Paulo de fevereiro de 2019.

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A matéria diz que Wagner era o subcomandante do campo de concentração de Sobibor, na Polônia ocupada pelos nazistas, lugar que era marcado pelo “cheiro nauseante dos corpos de judeus incinerados”.

Wagner era conhecido como “besta humana”. “Ele era um dos nazistas mais temidos de Sobibor”, disse à Folha Chris Webb, autor de “O Campo da Morte de Sobibor” (Columbia University Press, 2017, sem tradução para o português).

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Ele foi descoberto no Brasil em 1978 pelo célebre caçador de nazistas Simon Wiesenthal, que contou com a ajuda do jornalista Mario Chimanovitch. Com 67 anos, acabou se apresentando à polícia e seu caso virou manchete em jornais brasileiros e internacionais.

Diversos países pediram ao Brasil a extradição do nazista. O pai de Ernesto Araújo analisou - e negou - quatro pedidos: da Polônia, onde estava o campo de Sobibor; da Áustria, país natal de Wagner; da Alemanha, berço do nazismo; e de Israel, Estado do povo judeu, as principais vítimas do Holocausto.

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No caso da Alemanha, o procurador-geral na verdade afirmou que, “em tese”, a prescrição dos crimes havia sido interrompida devido a uma condenação de Wagner em 1967 na Alemanha. O governo alemão então juntou mais provas e anexou à nova documentação, época em que Araújo já havia deixado o cargo, com a troca do governo Geisel.

O novo procurador, Firmino Ferreira da Paz (João Figueiredo), defere o pedido, com ressalva: Wagner “não poderá, na Alemanha, ser condenado à prisão perpétua ou à pena de morte”, podendo ser condenado no máximo a 30 anos, conforme legislação brasileira. 

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Em junho de 1979, no entanto, o STF indeferiu por maioria os pedidos de extradição, entendendo que os crimes de Wagner haviam prescritos.

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Araújo praticou uma tragédia na diplomacia brasileira, especialmente durante a pandemia, dificultando a importação de vacinas de países que eram frequentemente criticados por discursos ideológicos da pasta. Eduardo Bolsonaro tenta salvá-lo.

Já se fala, porém, em possíveis substitutos para o cargo. O favorito é o senador Nelsinho Trad (PSD). Outros senadores sondados são o ex-presidente Fernando Collor de Melo (PROS) e o parlamentar Antonio Anastasia (PSD).

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