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“Proposta de Tarcísio atende ao interesse de Trump”, diz Joaquim de Carvalho

Repórter vê sintonia entre o governador de São Paulo e o governo dos Estados Unidos ao defender equiparação de facções criminosas ao terrorismo

“Proposta de Tarcísio atende ao interesse de Trump”, diz Joaquim de Carvalho (Foto: Reprodução)

247 – O jornalista Joaquim de Carvalho, repórter especial do Brasil 247, afirmou que a proposta do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de alterar a legislação brasileira para equiparar grupos de traficantes a organizações terroristas, está alinhada aos interesses do governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Em publicação nas redes sociais, Joaquim destacou que a fala de Tarcísio sobre o tema — feita em entrevista à CNN Brasil — surge logo após a megaoperação policial no Rio de Janeiro, que deixou dezenas de mortos. “Tarcísio de Freitas se manifestou sobre a operação policial no Rio. Propôs mudar a legislação para equiparar grupos de traficantes a organizações terroristas, exatamente como quer o governo Trump”, escreveu o repórter.

Sincronização política e interesses externos

Para Joaquim de Carvalho, o discurso do governador paulista não é um movimento isolado, mas parte de uma ação coordenada que coincide com o momento em que a imagem internacional do Brasil melhorou após o protagonismo do presidente Lula em agendas diplomáticas no exterior. “Ação coordenada, justamente no momento em que a imagem do Brasil melhorou muito com o desempenho de Lula no exterior?”, questionou.

O jornalista lembrou ainda que estratégias semelhantes já foram usadas no passado para fragilizar a soberania nacional. “Não faz muito tempo, a ruína do Brasil começou com a narrativa de que o Brasil era um país dominado pela corrupção, o que era falso, mas serviu de pretexto para obrigar o Brasil a assinar um acordo lesivo à Petrobras no exterior e sufocou a nossa indústria da construção civil”, afirmou.

Contexto da proposta

Tarcísio defendeu, em entrevista à CNN, a necessidade de buscar consenso no Congresso Nacional para aprovar mudanças na Lei Antiterrorismo (Lei nº 13.260/2016), de forma a permitir o enquadramento de facções criminosas e milícias como organizações terroristas. A proposta ecoa uma pauta de endurecimento penal e ampliação da definição de terrorismo, bandeira defendida por setores conservadores e por governos alinhados a Washington.

O projeto foi mencionado após a operação nos Complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, que deixou ao menos 64 mortos, mais de 80 presos e 75 fuzis apreendidos, reacendendo o debate sobre o uso da força policial e o papel do Estado na segurança pública.

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