Psol revisa programa e reforça foco na luta de classes em atualização de 20 anos
Novo documento programático reafirma socialismo democrático, critica reformas econômicas e destaca disputas internas na esquerda
247 - A nova formulação do programa político do Psol, apresentada para marcar os 20 anos de fundação da sigla, traz uma defesa contundente do socialismo democrático e uma crítica estrutural ao modelo econômico vigente. O texto afirma de maneira categórica que “o capitalismo é a origem de todas as opressões”, posicionando o partido de forma clara no campo das disputas ideológicas contemporâneas.
No segundo parágrafo, conforme a Folha de S.Paulo, o documento reafirma a intenção de reverter reformas aprovadas nos últimos anos “que retiram direitos”, citando especificamente as mudanças trabalhistas, previdenciárias e a autonomia do Banco Central. Integrante da base do governo Lula, o Psol atualmente comanda dois ministérios: Guilherme Boulos, na Secretaria-Geral da Presidência, e Sônia Guajajara, no Ministério dos Povos Indígenas.
A atualização programática ressalta que, embora temas como feminismo, antirracismo e o combate à LGBTfobia sigam como pilares da legenda, a leitura sobre essas pautas deve ser conduzida a partir de um eixo central: a luta de classes. O texto afirma ser “fundamental que essas lutas sejam travadas a partir da perspectiva da luta de classes, evitando o corporativismo e a fragmentação entre os oprimidos”. A ênfase reacende debates no campo progressista, hoje dividido entre visões identitárias e a defesa de agendas estritamente econômicas.
O partido também admite que precisa renovar sua comunicação, estética e métodos de organização, numa avaliação de que a direita avançou com mais velocidade nesses elementos. A sigla reconhece ainda o impacto de transformações emergentes — como o poder das big techs — e o peso crescente das questões ambientais, temas que ocupam parte significativa do novo programa.
Em tom crítico, o documento faz uma referência indireta ao PT ao mencionar setores da esquerda que “permanecem presos a uma ortodoxia econômica ultrapassada”, seja ao defender superávits fiscais como sinal de confiança aos mercados, seja ao insistir em estratégias desenvolvimentistas consideradas defasadas. O Psol sustenta que a revisão de suas diretrizes busca justamente responder a desafios contemporâneos e reposicionar a legenda no debate político nacional.



