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China vê economia resiliente e manterá políticas macroeconômicas no segundo semestre

Governo reconhece riscos internos e externos, mas aposta na estabilidade dos fundamentos e em estímulos à demanda interna

Xi Jinping, Presidente da China (Foto: Sofya Sandurskaya/TASS)

247 - O governo chinês avaliou que a economia do país manteve resiliência e estabilidade no primeiro semestre de 2025, apesar dos desafios enfrentados tanto no ambiente doméstico quanto no cenário internacional. A avaliação foi divulgada nesta quarta-feira (30), após a reunião do Politburo, órgão de 24 membros do Comitê Central do Partido Comunista da China, que define os rumos políticos e econômicos do país.

De acordo com a agência oficial Xinhua, a liderança chinesa considera que os fundamentos econômicos permanecem sólidos, mesmo após tensões como a tentativa dos Estados Unidos de iniciar uma escalada tarifária, que acabou sendo suspensa ao longo do semestre.

Para os próximos meses, o Politburo indicou que as políticas macroeconômicas serão mantidas com firmeza e intensificadas se necessário, com foco na ampliação da demanda interna e no fortalecimento do setor de serviços. Não houve qualquer menção, no comunicado oficial, a novos estímulos para o setor imobiliário, que permanece fragilizado e sob vigilância.

A reunião, realizada anualmente em julho, serve para revisar o desempenho econômico da primeira metade do ano e ajustar eventuais rumos. O encontro foi presidido pelo secretário-geral do Comitê Central, Xi Jinping, que também destacou a importância de “estimular efetivamente o consumo” e de “romper a involução” — termo que tem sido repetido por lideranças chinesas nas últimas semanas para criticar a competição excessiva e desorganizada em setores como veículos elétricos e serviços de entrega, que vêm afetando a rentabilidade das empresas.

A meta de crescimento para o ano, de aproximadamente 5% do PIB, foi reiterada como prioritária. Embora ambiciosa, a projeção vem sendo vista com mais otimismo por analistas e instituições financeiras, que nas últimas semanas elevaram suas previsões para o desempenho da economia chinesa.

O Politburo também confirmou que a quarta plenária do Comitê Central será realizada em outubro. O encontro, que reunirá cerca de 400 membros, será dedicado à formulação do 15º Plano Quinquenal, que estabelecerá as diretrizes para o desenvolvimento da China nos próximos anos.

A mídia estatal indicou que Xi Jinping está diretamente envolvido na preparação do novo plano, o que teria influenciado sua decisão de não participar presencialmente da cúpula do Brics no Brasil, nem das comemorações de 50 anos das relações diplomáticas entre China e União Europeia.

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