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Colômbia anuncia que não permitirá novos poços de petróleo na Amazônia local

A decisão pautou discussões sobre conservação, transição energética e cooperação regional

Reunião da COP30 - Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (Foto: Antonio Scorza/COP30)

Eraldo Paulino, Brasil de Fato - Na quinta-feira (13), durante a programação da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), a Colômbia anunciou que toda a sua porção amazônica — mais de 483 mil km² — passa a ser área protegida, proibindo novas minas e novos projetos de exploração de petróleo e gás.

A decisão, apresentada pela ministra Irene Vélez Torres, pautou discussões sobre conservação, transição energética e cooperação regional, ao mesmo tempo em que o país propôs a criação de uma Aliança Amazônica pela Vida, convidando os vizinhos a reforçar ações conjuntas pela floresta.

A vice-presidenta da Colômbia, Francia Marquez, durante mesa que debateu racismo ambiental, celebrou a decisão, reiterando que a medida visa proteger, em especial, as comunidades tradicionais que habitam nesses territórios.

“Todas as vezes que um desastre acontece, são nossos irmãos afrodescendentes, indígenas, que protegem a floresta diariamente, os primeiros a sofrer as consequências, por isso é muito importante medidas de proteção como essa, para a biodiversidade como um todo”, reiterou.

Mapa do Caminho

A diplomacia brasileira, a presidência da COP e fontes ligadas ao Ministério do Meio Ambiente alegaram que houve avanços na construção de um “Mapa do Caminho” para a transição dos combustíveis fósseis. Até o momento, poucos países declararam apoio abertamente, porém, haveria líderes políticos de diversas nacionalidades ajudando na costura desses acordos, e há possibilidade de haver anúncio em Belém da medida, que é uma das principais ambições do governo brasileiro na conferência.

O Brasil aposta na tecnologia da Petrobras na produção de combustíveis fósseis que estão entre os que emitem menos CO2 no mundo, nos biocombustíveis e na figura pública do presidente Lula como principais vetores para o convencimento dos demais países, a pauta seja considerada crítica.

Eixo das convergências

A transição energética faz parte de um dos chamados “eixos das convergências”. Ao lado da justiça climática e direitos humanos, combate ao racismo ambiental, preservação da biodiversidade e florestas, financiamento climático e fortalecimento das metas nacionais, são temas considerados cruciais para a COP30. Nas últimas horas, o governo considera ter havido alguns avanços positivos.

Um deles foi o aporte de mais 20 milhões de euros para o Fundo Amazônia, para serem implementados nos próximos quatro anos, totalizando R$ 1,2 bilhão em financiamentos anuais. Participam do fundo Alemanha, Noruega, Reino Unido, Dinamarca, Estados Unidos, Japão, Irlanda e, mais recentemente, a Suíça.

Além do Fundo Amazônia, o governo aposta no Fundo de Financiamento para Florestas Tropicais (TFFF) e no Plano Clima, como algumas das principais estratégias de financiamento climático. No caso do Plano Clima, a prioridade seria reflorestar e restaurar a vegetação nativa, além da adaptação urbana.

“Essa é uma necessidade urgente, diante da crise climática. Estamos promovendo políticas integradas e programas como o AdaptaCidades e o Cidades Verdes Resilientes, que buscam soluções como a preservação de áreas verdes, o controle da impermeabilização do solo e o fortalecimento da bioeconomia”, declarou Marina Silva, nos corredores da Zona Azul, da COP30.

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