Lula sanciona lei que reconhece legado de Sebastião Tapajós na cultura brasileira
Norma oficializa a importância histórica da obra do violonista paraense e seu papel na difusão de ritmos no Brasil e no exterior
247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sancionou uma lei que confere reconhecimento oficial à obra musical do violonista Sebastião Tapajós como manifestação da cultura nacional. A medida reforça o papel do artista paraense na construção e projeção da identidade musical brasileira, destacando sua contribuição artística, pedagógica e cultural ao longo de décadas de atuação.
A sanção da Lei nº 15.319/2025 foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) nesta segunda-feira (29). O texto legal também leva a assinatura da ministra da Cultura, Margareth Menezes, formalizando o reconhecimento institucional da trajetória do músico.
Sebastião Tapajós construiu uma carreira longa e prolífica, com o lançamento de mais de 50 discos. O violonista alcançou especial projeção internacional, sobretudo na Europa, onde apresentou ao público estrangeiro ritmos tradicionais brasileiros como o baião, o carimbó e o lundu, expressões culturais de matriz nordestina, indígena e afro-brasileira, respectivamente. Sua atuação contribuiu para ampliar o alcance global dessas manifestações musicais.
Ao longo de sua trajetória, Tapajós transitou com naturalidade entre a música erudita e a popular, estabelecendo parcerias relevantes com artistas brasileiros e estrangeiros. Entre os trabalhos mais conhecidos está a colaboração com Paulinho da Viola e Maria Bethânia em uma turnê pela Europa, que resultou no álbum Nova Bossa Nova, lançado em 1972 e considerado um marco da fusão entre tradição e modernidade na música brasileira.
Além da carreira artística, Sebastião Tapajós teve atuação destacada como educador e difusor cultural. Ele participou de projetos sociais e iniciativas pedagógicas voltadas à formação musical de jovens na região amazônica, contribuindo para a valorização de talentos locais e para a preservação de saberes musicais tradicionais.
O violonista morreu em outubro de 2021, em decorrência de um infarto agudo do miocárdio. A sanção da lei reconhece oficialmente a relevância de seu legado e consolida sua obra como parte integrante do patrimônio cultural do Brasil.



