China e América Latina ampliam cooperação climática e colhem resultados concretos
Parceria estratégica acelera energia limpa, reduz emissões e fortalece adaptação climática na região
247 – A China e os países da América Latina e do Caribe vêm consolidando uma cooperação estratégica de alto impacto no enfrentamento da crise climática, com avanços expressivos em energia limpa, redução de emississões e resiliência ambiental. As informações foram publicadas pelo jornal chinês Diário do Povo.
Segundo o texto, a China, descrita como uma “responsável grande nação em desenvolvimento”, tornou-se um ator decisivo no avanço global da transição energética. Desde 2020, quando anunciou que buscaria o pico de emissões até 2030 e a neutralidade de carbono até 2060, o país construiu o maior e mais dinâmico sistema de energia renovável do mundo, além das cadeias industriais mais completas no setor de novas energias.
China lidera expansão de energia limpa e barateia tecnologia global
Ao longo da última década, o país asiático contribuiu para reduzir os custos globais da energia eólica e fotovoltaica em mais de 60% e 80%, respectivamente. Esse movimento tornou a energia limpa mais acessível para países de baixa e média renda. Hoje, 58% da energia solar mundial é gerada em países emergentes, resultado diretamente influenciado pelo avanço tecnológico chinês.
A China também ampliou expressivamente sua cobertura verde, sendo responsável por um quarto de toda a nova área verde global e tornando-se o primeiro país do mundo a alcançar crescimento zero na degradação do solo. A satisfação pública com o meio ambiente permanece acima de 90% há anos.
Cooperação Sul-Sul fortalece adaptação climática na América Latina
O país asiático intensificou a cooperação climática com o Sul Global. Já firmou acordos com 42 países e mobilizou mais de 177 bilhões de yuans para apoiar nações em desenvolvimento — especialmente pequenos Estados insulares e países menos desenvolvidos — em ações de mitigação e adaptação.
Na América Latina e no Caribe, essa parceria ganhou força desde 2015, com o Fórum China-CELAC, que colocou o enfrentamento climático como prioridade do plano de ação conjunta das partes. Em 2022, o Primeiro Fórum Ministerial China-CELAC sobre Gestão de Desastres inaugurou um mecanismo permanente para cooperação em prevenção, resposta e reconstrução pós-desastres.
Projetos verdes transformam economia e infraestrutura da região
A presença chinesa em infraestrutura sustentável tem impactado diretamente diversos países latino-americanos:
- Peru: a hidrelétrica San Gabán III, construída por empresas chinesas, entrou em operação este ano, aliviando a escassez de energia para mais de 1 milhão de pessoas.
- Brasil: o parque eólico Tanque Novo pode reduzir 650 mil toneladas de CO₂ por ano — o equivalente ao plantio de uma floresta de 1.800 hectares.
- Argentina: a estação fotovoltaica Gaocharay, a maior e mais alta da América do Sul, é celebrada como um “girassol” nos Andes.
A China também impulsiona a transição no setor de transporte — responsável por 20% das emissões na região. Metade dos veículos de novas energias vendidos na América Latina é chinesa, e cerca de 6 mil ônibus elétricos fabricados na China já operam no Brasil, Chile, Colômbia e Uruguai.
Compromisso ambiental inclui florestas e agricultura sustentável
China e países latino-americanos compartilham compromissos relevantes em defesa das florestas. Em 2021, assinaram a Declaração de Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso da Terra, assumindo o compromisso de zerar o desmatamento até 2030.
Recentemente, a chegada à China de soja brasileira com desmatamento zero evidenciou o avanço da cooperação agrícola sustentável entre os dois países.
Caribe recebe investimentos em segurança climática e projetos de baixa emissão
A China também prioriza os pequenos Estados insulares caribenhos. Entre as iniciativas:
- criação do Fundo China-Caribe de Redução e Prevenção de Desastres;
- estabelecimento do Centro de Desenvolvimento China-Caribe, voltado a oito áreas, incluindo segurança alimentar e energia verde;
- lançamento da Iniciativa Internacional de Ilhas Zero Carbono;
- assinatura de memorando com a Guiana para cooperação em transporte verde, com fornecimento de veículos elétricos e infraestrutura de recarga.
China atualiza metas climáticas e recebe elogios da ONU
No discurso do presidente Xi Jinping durante a Cúpula do Clima das Nações Unidas, em setembro, o país assumiu um compromisso inédito: reduzir entre 7% e 10% as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2035, tomando como base o pico de emissões. Trata-se da primeira meta absoluta e abrangente já anunciada pela China.
Pequim e América Latina reforçam compromisso compartilhado
Na Cúpula do Clima de Belém, o enviado especial e vice-premiê chinês Ding Xuexiang defendeu ampliar a cooperação global, transformar compromissos climáticos em ações concretas e manter o rumo da transição verde e de baixo carbono.
O artigo do Diário do Povo conclui que a China está pronta para intensificar a parceria com todos os países, incluindo nações latino-americanas e caribenhas, para enfrentar desafios ambientais globais e construir “uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade”.




