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China e América Latina ampliam cooperação climática e colhem resultados concretos

Parceria estratégica acelera energia limpa, reduz emissões e fortalece adaptação climática na região

O pesidente Luiz Inácio Lula da Silva com o vice-primeiro-ministro do Conselho de Estado da China, Ding Xuexiang, durante a recepção oficial dos chefes de delegação da Cúpula do Clima (COP30), no Parque da Cidade, em Belém (PA) - 06.11.2025 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

247 – A China e os países da América Latina e do Caribe vêm consolidando uma cooperação estratégica de alto impacto no enfrentamento da crise climática, com avanços expressivos em energia limpa, redução de emississões e resiliência ambiental. As informações foram publicadas pelo jornal chinês Diário do Povo.

Segundo o texto, a China, descrita como uma “responsável grande nação em desenvolvimento”, tornou-se um ator decisivo no avanço global da transição energética. Desde 2020, quando anunciou que buscaria o pico de emissões até 2030 e a neutralidade de carbono até 2060, o país construiu o maior e mais dinâmico sistema de energia renovável do mundo, além das cadeias industriais mais completas no setor de novas energias.

China lidera expansão de energia limpa e barateia tecnologia global

Ao longo da última década, o país asiático contribuiu para reduzir os custos globais da energia eólica e fotovoltaica em mais de 60% e 80%, respectivamente. Esse movimento tornou a energia limpa mais acessível para países de baixa e média renda. Hoje, 58% da energia solar mundial é gerada em países emergentes, resultado diretamente influenciado pelo avanço tecnológico chinês.

A China também ampliou expressivamente sua cobertura verde, sendo responsável por um quarto de toda a nova área verde global e tornando-se o primeiro país do mundo a alcançar crescimento zero na degradação do solo. A satisfação pública com o meio ambiente permanece acima de 90% há anos.

Cooperação Sul-Sul fortalece adaptação climática na América Latina

O país asiático intensificou a cooperação climática com o Sul Global. Já firmou acordos com 42 países e mobilizou mais de 177 bilhões de yuans para apoiar nações em desenvolvimento — especialmente pequenos Estados insulares e países menos desenvolvidos — em ações de mitigação e adaptação.

Na América Latina e no Caribe, essa parceria ganhou força desde 2015, com o Fórum China-CELAC, que colocou o enfrentamento climático como prioridade do plano de ação conjunta das partes. Em 2022, o Primeiro Fórum Ministerial China-CELAC sobre Gestão de Desastres inaugurou um mecanismo permanente para cooperação em prevenção, resposta e reconstrução pós-desastres.

Projetos verdes transformam economia e infraestrutura da região

A presença chinesa em infraestrutura sustentável tem impactado diretamente diversos países latino-americanos:

  •  Peru: a hidrelétrica San Gabán III, construída por empresas chinesas, entrou em operação este ano, aliviando a escassez de energia para mais de 1 milhão de pessoas.
  •  Brasil: o parque eólico Tanque Novo pode reduzir 650 mil toneladas de CO₂ por ano — o equivalente ao plantio de uma floresta de 1.800 hectares.
  •  Argentina: a estação fotovoltaica Gaocharay, a maior e mais alta da América do Sul, é celebrada como um “girassol” nos Andes.

A China também impulsiona a transição no setor de transporte — responsável por 20% das emissões na região. Metade dos veículos de novas energias vendidos na América Latina é chinesa, e cerca de 6 mil ônibus elétricos fabricados na China já operam no Brasil, Chile, Colômbia e Uruguai.

Compromisso ambiental inclui florestas e agricultura sustentável

China e países latino-americanos compartilham compromissos relevantes em defesa das florestas. Em 2021, assinaram a Declaração de Líderes de Glasgow sobre Florestas e Uso da Terra, assumindo o compromisso de zerar o desmatamento até 2030.

Recentemente, a chegada à China de soja brasileira com desmatamento zero evidenciou o avanço da cooperação agrícola sustentável entre os dois países.

Caribe recebe investimentos em segurança climática e projetos de baixa emissão

A China também prioriza os pequenos Estados insulares caribenhos. Entre as iniciativas:

  •  criação do Fundo China-Caribe de Redução e Prevenção de Desastres;
  •  estabelecimento do Centro de Desenvolvimento China-Caribe, voltado a oito áreas, incluindo segurança alimentar e energia verde;
  •  lançamento da Iniciativa Internacional de Ilhas Zero Carbono;
  • assinatura de memorando com a Guiana para cooperação em transporte verde, com fornecimento de veículos elétricos e infraestrutura de recarga.

China atualiza metas climáticas e recebe elogios da ONU

No discurso do presidente Xi Jinping durante a Cúpula do Clima das Nações Unidas, em setembro, o país assumiu um compromisso inédito: reduzir entre 7% e 10% as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2035, tomando como base o pico de emissões. Trata-se da primeira meta absoluta e abrangente já anunciada pela China.

Pequim e América Latina reforçam compromisso compartilhado

Na Cúpula do Clima de Belém, o enviado especial e vice-premiê chinês Ding Xuexiang defendeu ampliar a cooperação global, transformar compromissos climáticos em ações concretas e manter o rumo da transição verde e de baixo carbono.

O artigo do Diário do Povo conclui que a China está pronta para intensificar a parceria com todos os países, incluindo nações latino-americanas e caribenhas, para enfrentar desafios ambientais globais e construir “uma comunidade com futuro compartilhado para a humanidade”.

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