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Alckmin detalha medidas para impulsionar atração de investimentos estrangeiros e ampliar exportações

Medidas incluem monitoramento de investimentos, integração estadual a ferramentas federais, redução do Custo Brasil e novos financiamentos do BID

Vice-presidente Geraldo Alckmin 14/07/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

247 - Em encontro realizado no Palácio do Planalto com secretários estaduais de Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, presidente da República em exercício, apresentou um conjunto de medidas para fortalecer o ambiente de negócios e ampliar a presença do Brasil no comércio global. As ações, voltadas à integração de estados e municípios às ferramentas federais de investimentos, também foram detalhadas em entrevista coletiva.Alckmin também ressaltou a ênfase dada pelo governo à modernização de processos, à redução do Custo Brasil e ao estímulo à cultura exportadora.

Integração dos estados à Janela Única de Investimentos

A principal iniciativa anunciada é a Janela Única de Investimentos, plataforma que centralizará informações e procedimentos para quem deseja investir no país. Alckmin afirmou que o sistema deverá reduzir entraves e facilitar a articulação entre entes federativos.

“A Janela Única de Investimentos deve reduzir em R$ 50 bilhões o Custo Brasil. Você vai ter numa janela só todas as informações, simplificação, desburocratização, redução de custos. Os estados serão incluídos. Será feito um monitoramento de investimentos com total transparência e busca de eficiência para a gente otimizar ao máximo e atrair investimentos para o Brasil”, afirmou.

Segundo o presidente em exercício, o primeiro módulo da plataforma será lançado em fevereiro de 2026. Já o Monitor de Investimentos, ferramenta complementar operada pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), está em funcionamento.

Planos estaduais para promover a cultura exportadora

Durante a reunião, foram apresentados os Planos de Promoção da Cultura Exportadora de sete estados: Pará, Pernambuco, Rondônia, Tocantins, Mato Grosso, Amapá e Espírito Santo. O governo pretende expandir a estratégia para todo o território nacional.

Alckmin destacou a importância da articulação com prefeituras: “Nós queremos envolver os estados e municípios. Hoje, não apenas vieram os secretários de estado, veio também o prefeito de Petrolina [Simão Durando], representando a Frente Nacional de Prefeitos, que também é importante para atrair investimentos e para fortalecer exportações. Veio até para agradecer, porque a área de frutas saiu do tarifaço”.

Revisão do tarifaço e avanços no comércio exterior

Outro ponto ressaltado foi a retirada de produtos brasileiros do tarifaço imposto pelos Estados Unidos. De acordo com Alckmin, o avanço reduz custos e abre novas oportunidades.
“Nós tiramos 11% da exportação brasileira do tarifaço. São 238 produtos que saíram do tarifaço”, afirmou.

Financiamentos e expansão das exportações

Também foi discutida a linha de financiamento de R$ 11 bilhões do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), lançada em 2024 para projetos de infraestrutura, inovação, desenvolvimento regional e comércio exterior.

“Dois estados já assinaram o financiamento: Paraná e Tocantins. E temos mais outros tantos já na linha para poderem ter o financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento”, disse Alckmin.

O presidente em exercício celebrou ainda o desempenho das exportações brasileiras. “Nesse mês de outubro, o crescimento da exportação foi de 9,1% a mais. De janeiro a outubro, nós já estamos com 1,9% a mais. Já exportamos US$ 289,7 bilhões este ano”, afirmou. China, Canadá, Argentina e União Europeia seguem como principais destinos.

Investimento estrangeiro e novos acordos internacionais

Dados do Banco Central mostram que o investimento estrangeiro direto (IED) no país atingiu US$ 71,1 bilhões em 2024, alta de 13,8% em relação a 2023. Entre janeiro e setembro de 2025, o volume já soma US$ 63,3 bilhões.

Alckmin também destacou a retomada dos acordos comerciais do Mercosul. O bloco fechou o acordo Mercosul-Singapura em 2023 e, neste ano, concluiu o entendimento com a EFTA, que reúne Noruega, Suíça, Liechtenstein e Islândia. Ele retomou ainda a previsão de assinatura do acordo Mercosul-União Europeia em 20 de dezembro, ampliando o acesso a um mercado superior a 700 milhões de pessoas.

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