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Bancos públicos saem em defesa da atuação do BC na liquidação do Master

A posição foi expressa pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE). Entidades como a Febraban também defenderam o Banco Central

Segurança do lado de fora do Banco Master, após a prisão do acionista controlador do banco, Daniel Vorcaro, em São Paulo - 18 de novembro de 2025 (Foto: REUTERS/ Amanda Perobelli)

247 - Bancos públicos e instituições de fomento manifestaram apoio ao Banco Central no contexto da liquidação do banco Master, destacando a necessidade de resguardar a atuação técnica e independente da autoridade monetária. As entidades afirmam que a autonomia do BC é fundamental para a estabilidade do sistema financeiro e para a proteção dos agentes econômicos, especialmente em momentos de incerteza.

A posição foi expressa em manifesto divulgado pela Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), que enfatizou que a credibilidade e a independência decisória do regulador são essenciais para a continuidade das atividades bancárias e para a segurança do mercado. "A credibilidade e autonomia decisória do regulador é essencial para a continuidade das atividades do setor bancário, para a proteção dos agentes econômicos, especialmente pessoas físicas mais vulneráveis a cenários de incerteza", afirmou a ABDE. O relato saiu na coluna de Júlio Wiziack.

"A preservação do mérito técnico, impessoal e baseado nos princípios que regem as boas práticas de gestão nas decisões de órgãos reguladores é resultado de décadas de amadurecimento institucional, sendo fundamental para garantia da credibilidade e higidez do setor bancário, o que tem dado contribuição inequívoca ao crescimento econômico e institucional do país", complementou.

A ABDE congrega 35 instituições financeiras, entre elas bancos públicos federais como Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, além de entidades de fomento como BNDES e Banco do Nordeste, cooperativas de crédito, Finep e Sebrae. Em conjunto, essas organizações respondem por 46% do mercado de crédito nacional e administram mais de R$ 2,5 trilhões em ativos.

Outras entidades representativas do sistema financeiro também se posicionaram em defesa do Banco Central, entre elas a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) e a Associação Brasileira de Bancos (ABBC).

Entenda

As manifestações ocorrem em meio ao avanço das investigações sobre um esquema de fraudes financeiras envolvendo o banco Master. Na última terça-feira (18), o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou que o volume das irregularidades apuradas pode chegar a R$ 12 bilhões. As apurações resultaram na prisão do presidente do banco, Daniel Vorcaro, e de quatro diretores da instituição.

No âmbito judicial, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Dias Toffoli decidiu manter a realização de uma acareação no inquérito que investiga possíveis irregularidades. A audiência foi marcada para a próxima terça-feira (30) e deve reunir o diretor de Fiscalização do Banco Central, Ailton de Aquino Santos, Daniel Vorcaro e o ex-presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa.

O objetivo da acareação é confrontar os depoimentos sobre a atuação do Banco Central e sobre indícios de fraude relacionados à tentativa de venda do banco Master ao BRB. O processo tramita sob sigilo no STF.

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