Fomento Rural aumenta em 30% renda familiar de beneficiados
Programa eleva ganhos em três estados e fortalece produção agrícola familiar
247 - O Programa Fomento Rural, do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), apresentou avanços expressivos após seis anos de implementação, segundo estudo divulgado pela pasta. A pesquisa, que analisou resultados no Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Pará, revela impactos duradouros na renda e na segurança alimentar das famílias atendidas.A avaliação acompanhou mil famílias elegíveis em cada estado, identificadas pelas Ematers locais, permitindo mensurar os efeitos da política pública em diferentes realidades regionais.
O levantamento mostra que, na média dos três estados, a renda total familiar cresceu 30%, com aumento de 44% na renda proveniente do trabalho. As famílias também passaram a comercializar excedentes agrícolas com maior regularidade, além de ampliar a solicitação de crédito produtivo — crescimento de 18% — com destaque para Minas Gerais e Pará, onde o acesso ao Garantia Safra foi significativamente aprimorado.
A coordenadora-geral de Fomento à Inclusão Produtiva Rural e Acesso à Água do MDS, Ana Amélia da Silva, destacou que o programa tem desempenhado papel decisivo no desenvolvimento rural sustentável e no combate à pobreza. “A avaliação representa um marco para o programa, pois pela primeira vez foi possível mensurar seus impactos de longo prazo para a população atendida em diferentes contextos regionais do país”, afirmou.
Diferenças regionais e novos desafios
O estudo revelou efeitos distintos entre os estados avaliados. No Rio Grande do Sul, o impacto mais forte ocorreu sobre a renda familiar. Em Minas Gerais, o autoconsumo da produção agrícola reduziu em 19,5% os gastos com alimentação, ao mesmo tempo em que a participação em associações de produtores subiu 130%. No Pará, houve expansão de áreas produtivas e avanço notável na infraestrutura agrícola das famílias atendidas.
A pesquisa também apontou pontos que podem ser aperfeiçoados, como o incentivo ao empoderamento feminino, à educação nutricional e a necessidade de maior integração com programas complementares, entre eles o Pronaf, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). A articulação com economias urbanas em zonas periurbanas também foi indicada como elemento crucial para ampliar os resultados.
Os pesquisadores destacaram ainda que a pandemia de Covid-19 atingiu as famílias em um momento de expansão produtiva, afetando parte dos avanços previstos. Mesmo assim, os impactos positivos permaneceram sólidos. “Os resultados demostraram que o Fomento Rural gera efeitos duradouros sobre a renda e a situação de segurança alimentar das famílias, mesmo diante de um choque, como foi a pandemia de Covid-19”, avaliou Ana Amélia.
Investimentos realizados em 2025
O balanço de 2025 mostra que o MDS destinou R$ 144,4 milhões diretamente às famílias atendidas, sendo R$ 83,5 milhões referentes à primeira parcela do benefício e R$ 60,8 milhões à segunda. Ao longo do ano, 32.139 novas famílias foram incluídas no programa. Somente em dezembro, 4.585 delas receberam a primeira parcela para dar início aos projetos produtivos, enquanto outras 2.353 concluíram o ciclo de pagamento.
A maior parte das novas inclusões, 70,9% (22.870 famílias), ocorreu por meio de parcerias com governos estaduais, com 23 unidades federativas integradas ao programa. Outras 16% (5.160 famílias) ingressaram por meio da integração entre os programas Fomento Rural e Cisternas, beneficiando 4.069 famílias no Semiárido e 1.091 na Amazônia. Já 10,4% (3.373 famílias) foram incorporadas por meio de iniciativas do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), via chamadas da Anater. Outras 826 famílias (2,6%) entraram por meio de cooperação com órgãos federais.
Estrutura do programa
O Fomento Rural combina assistência técnica e transferência direta de recursos não reembolsáveis, no total de R$ 4,6 mil por família — divididos em duas parcelas, a primeira de R$ 2,6 mil e a segunda de R$ 2 mil. O objetivo é fortalecer a capacidade produtiva das famílias rurais mais pobres, permitindo ampliar ou diversificar cultivos e gerar renda de forma sustentável, com impacto direto na segurança alimentar e na superação da pobreza.



