Galípolo afirma que BC monitora sanções da Lei Magnitsky, mas descarta risco ao sistema financeiro
Presidente do Banco Central disse que acompanha efeitos das sanções impostas a Alexandre de Moraes, mas não vê impacto para os bancos
247 - O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, declarou nesta sexta-feira (5) que a instituição tem acompanhado os desdobramentos das sanções aplicadas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, no âmbito da Lei Magnitsky. Segundo ele, não há motivos de preocupação em relação à estabilidade do sistema financeiro brasileiro. As informações são do jornal O Globo.
As medidas foram impostas pelo governo dos Estados Unidos sob a alegação de perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro, investigado em processos relacionados à tentativa de golpe. Como efeito imediato, cartões de crédito de Moraes com bandeiras norte-americanas foram suspensos pelo Banco do Brasil. Além disso, bancos nacionais receberam nesta semana um ofício do Tesouro americano pedindo esclarecimentos sobre a aplicação da lei.
“Motivações inusitadas” para as sanções
Durante audiência na Câmara dos Deputados, Galípolo destacou que o BC acompanha o cenário junto ao setor bancário e reforçou que não há sinais de risco à integridade do sistema.
“A gente segue acompanhando a questão de sanções. Tem bastante literatura internacional sobre isso. Muitos países convivem com pessoas sancionadas. O tema é muito mais, talvez chame atenção, são as motivações por trás das sanções, que parecem ser inusitadas, vamos chamar assim. Mas a gente tem acompanhado, e dialogado tanto com o sistema. Temos acompanhado, sem uma preocupação relativa a riscos para bancos”, afirmou o presidente do BC.
A Lei Magnitsky, adotada em diferentes países, impõe restrições financeiras a indivíduos acusados de corrupção ou violações de direitos humanos, incluindo bloqueio de ativos e limitações de transações envolvendo a moeda americana.
Defesa do mandato da diretoria do BC
Galípolo também abordou a pressão política que vem sendo exercida sobre a autonomia do Banco Central. Ele classificou o mandato fixo para os diretores da instituição como uma “garantia para o país”, em meio a propostas de partidos do Centrão que buscam dar ao Congresso o poder de destituir a cúpula do órgão.



