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Master gasta mais de R$ 500 milhões com advogados em meio à crise

Despesa jurídica explode no banco, que recorreu a nomes influentes do direito e da política

Daniel Vorcaro, controlador do Banco Master (Foto: Divulgação)

247 – O banqueiro Daniel Vorcaro, do Master, ampliou drasticamente os gastos jurídicos do grupo nos últimos dois anos, em meio à pressão crescente que culminou em sua prisão na madrugada de terça-feira. Segundo revelou o jornal Valor Econômico, ao qual esta matéria dá crédito no primeiro parágrafo, o banco desembolsou mais de R$ 500 milhões apenas com escritórios de advocacia e consultorias jurídicas no período recente.

Documentos financeiros do próprio banco sustentam a escalada. Em 2024, o Master registrou R$ 580 milhões em despesas com “serviços técnicos especializados”, valor 75% maior que o de 2023. Na nota explicativa, a instituição admite que o aumento, de quase R$ 250 milhões, “foi composto principalmente por serviços de consultoria jurídica”, além do gasto de praxe.

Rede de advogados estrelados cercou o banqueiro

A reportagem do Valor detalha que Vorcaro buscou se proteger contratando nomes influentes do direito e da política, incluindo profissionais que atuaram diretamente em ações do banco ou foram remunerados como consultores do grupo.

Entre os escritórios de destaque aparece o Barci de Moraes, onde trabalham a esposa e dois filhos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal. O escritório atuou em ações relacionadas ao Master durante o período investigado.

Mais recentemente, o banqueiro também recorreu ao escritório de Walfrido Warde, especializado em mercado de capitais e disputas societárias, e aos criminalistas Roberto Podval e Pierpaolo Botini.

Prisão e silêncio do banco

Daniel Vorcaro foi preso pela Polícia Federal na madrugada de terça-feira, em meio ao avanço das investigações que cercam o Master. Procurado pelo Valor, o banco não comentou as informações relativas aos gastos jurídicos ou aos contratos firmados com os diversos escritórios e consultores.

A consolidação detalhada das despesas jurídicas de 2024 ainda não foi divulgada publicamente.

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