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      “A elite brasileira consegue ser danosa para o capitalismo”, diz André Jacobina

      Historiador critica proposta de Armínio Fraga de congelar o salário mínimo e aponta os efeitos negativos da concentração de renda

      (Foto: Divulgação | Agencia Senado)
      Redação Brasil 247 avatar
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      247 – Em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, o historiador André Jacobina comentou a recente proposta do bilionário Armínio Fraga de congelar o salário mínimo no Brasil por seis anos. A ideia, que foi alvo de críticas da ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, ganhou repercussão após o alerta de que isso afetaria drasticamente o poder de compra dos trabalhadores.

      Para Jacobina, a sugestão de Fraga seria “absurda” e reflete o descaso de parte da elite brasileira em relação às classes de menor renda. “Nossa elite, que o Jessé de Souza definiu como elite do atraso, é danosa para o próprio capitalismo. Ao querer espremer o poder de consumo das famílias mais pobres, eles prejudicam os negócios dos empresários que dependem do poder de compra”, avaliou o historiador. Segundo ele, a busca por concentrar renda e poder acaba por minar a própria sustentabilidade do mercado interno, pois sem consumo não há estímulo para a produção.

      Jacobina ressalta que a decisão de congelar o salário mínimo prejudicaria principalmente a população mais vulnerável, que já enfrenta dificuldades para se manter em um cenário de inflação e aumento do custo de vida. “A única coisa que explica isso é o desejo de concentrar poder”, afirmou, acrescentando que um capitalismo minimamente funcional depende de consumidores com algum grau de renda disponível.

      Ele defende que, assim como nos Estados Unidos, o Brasil também precisa rever suas bases políticas e econômicas. “Hoje não temos mais nem democracia liberal. Temos repúblicas oligárquicas”, criticou. Na visão do historiador, o modelo neoliberal adotado por certos setores da política brasileira falha ao não considerar as demandas sociais e ao favorecer a concentração de riqueza em detrimento do fortalecimento de um mercado interno sólido.

      Por fim, Jacobina enfatiza que cada vez mais pessoas buscam alternativas ao capitalismo atual, refletindo sobre conceitos como social-democracia e até mesmo socialismo. “Temos que olhar para o sistema atual e chegar à conclusão de que o capitalismo não é o destino da humanidade. As ideias socialistas estão circulando mais porque há o anseio por uma outra alternativa. O capitalismo está mostrando todos os limites da sua experiência”, concluiu. Assista:

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