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“A esquerda precisa ser mais ousada”, diz José Genoino

O ex-deputado defende campanha coletiva, programa transformador e superação do defensismo político

“A esquerda precisa ser mais ousada”, diz José Genoino (Foto: ABR)

247 - José Genoino defendeu uma mudança de postura estratégica da esquerda brasileira diante do cenário político que se desenha para 2026. Em entrevista à TV 247, ele afirmou que o campo progressista não pode se limitar à contenção de danos e precisa apresentar um projeto ousado de transformação social.

“A esquerda precisa ser mais ousada, mais atrevida, mais subversiva, no bom sentido”, disse.

Para Genoino, a vitória eleitoral não pode ter como único objetivo preservar conquistas mínimas, mas sim avançar em reformas estruturais que enfrentem desigualdades históricas e fortaleçam a soberania nacional. Ele defendeu uma campanha coletiva, articulada entre partidos de esquerda, movimentos sociais e lideranças regionais.

O ex-deputado também criticou o individualismo estimulado pelo sistema eleitoral e alertou para a necessidade de um projeto que dialogue com temas como direitos sociais, democracia, segurança pública, educação e participação popular.

“Nós ganhamos para conter, agora temos que ganhar para fazer, para avançar”, afirmou. 


“O sistema financeiro se alia ao sistema midiático”

Genoino fez duras críticas ao papel do sistema financeiro e dos grandes meios de comunicação no atual cenário político brasileiro. Segundo ele, há uma atuação coordenada desses setores para influenciar o processo eleitoral e enfraquecer governos comprometidos com agendas populares.

“O sistema financeiro se alia ao sistema midiático”, afirmou Genoino, afirmando que essa aliança busca criar um clima permanente de pessimismo, desmoralização da política e ataque a lideranças institucionais, com o objetivo de preservar interesses econômicos ligados ao neoliberalismo e ao capital financeiro.

Genoino também alertou que essa dinâmica afeta diretamente a governabilidade e o funcionamento das instituições, além de favorecer o crescimento da extrema-direita.

 “Eles tentam criar um clima de que todo mundo é igual, de que nada vale, para facilitar a imposição das orientações do sistema financeiro”, disse.

Para ele, o enfrentamento desse poder passa pelo aprofundamento da democracia, pela transparência institucional e por reformas que separem de forma clara o interesse público do privado.

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