'É pressão psicológica, blefe', diz Lejeune Mirhan sobre ofensiva de Trump contra Maduro
Analista internacional diz que os EUA não têm tropas disponíveis para concretizar uma invasão por terra na Venezuela
247 - O sociólogo e analista internacional Lejeune Mirhan afirmou que a atual escalada de tensões entre os Estados Unidos e a Venezuela representa uma “pressão psicológica” e não uma ameaça concreta de invasão militar. Em sua análise, ele considera que a ofensiva do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o governo de Nicolás Maduro carece de sustentação logística e militar para uma ação direta. Em entrevista divulgada pelo perfil oficial do governo dos Estados Unidos na rede X, Trump afirmou acreditar que os dias de Maduro no poder “estão contados”.
As declarações foram dadas por Lejeune Mirhan durante participação na TV 247, onde ele comentou o clima de incerteza gerado nos últimos dias por declarações e movimentações das forças norte-americanas na região.
Segundo Mirhan, há uma clara estratégia de sincronização política e midiática para aumentar a pressão sobre Caracas. “Veja a sincronia: a prêmio Nobel da paz [María Corina Machado] está se dizendo pronta para governar”, observou o analista, ressaltando o alinhamento entre a retórica de Washington e o discurso da oposição venezuelana.
O especialista recordou que até Trump reconheceu não acreditar em uma ofensiva militar direta contra a Venezuela. “Trump disse: ‘eu não acredito que os Estados Unidos entrem em guerra contra a Venezuela’. Há uma incógnita”, afirmou Mirhan.
Apesar dos rumores de uma possível invasão, Mirhan destacou que não há evidências concretas de uma operação em curso. “No último final de semana havia um clima de iminência de possibilidade de invasão [da Venezuela pelos EUA]. Eu não poderia arriscar que grau de veracidade isso pode acontecer”, ponderou.
O analista também explicou por que considera improvável uma ofensiva terrestre. “Continuo apostando que a invasão terrestre, do ponto de vista militar, exige um contingente de soldados que não há ali no entorno. Seriam 150 mil, segundo especialistas. Eles [EUA] não têm este contingente ali, nem nos navios que estão no entorno nem nas bases próximas. Então não sei como essa invasão aconteceria”, avaliou.
Para Lejeune Mirhan, o cenário atual é de intimidação política e guerra psicológica. “Continuo apostando ainda em pressão psicológica, que é um blefe, uma intimidação. Claro que há um desejo de mudança do regime, de substituição, de derrubada da revolução bolivariana, de colocar um fim nesse governo que não atende aos interesses do imperialismo e passar o poder para essa protofascista ganhadora do Nobel da paz. Mas não acho que essa decisão já esteja tomada”, concluiu.


