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Entrevistas

“General Tomás não tem histórico confiável e ainda é necessário reformar as Forças Armadas”, diz Breno Altman

Governo Lula demonstrou firmeza ao substituir general Arruda, mas novo comandante “não é flor que se cheire”, disse o jornalista, em entrevista à TV 247. Assista

Breno Altman e general Tomás Paiva (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Exército Brasileiro/Divulgação)
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247 - O jornalista Breno Altman, em entrevista à TV 247, alertou para o histórico do novo comandante do Exército, general Tomás Paiva, de proximidade com setores bolsonaristas das Forças Armadas. 

Aclamado por comentários pró-democracia após a invasão das sedes dos Três Poderes, o general Paiva não contribui para o projeto de reformar as estruturas das Forças Armadas, ressaltou Altman. Paiva substitui o general Júlio César de Arruda no comando do Exército, exonerado do cargo após ameaçar, no 8/1, colocar suas tropas contra a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) para proteger os terroristas bolsonaristas. 

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Segundo o jornalista, o governo Lula demonstrou firmeza ao remover Arruda do comando do Exército. “Eu acho que foi uma medida corajosa e firme do presidente da República ainda que nós possamos, ao contextualizar essa medida, perceber que ela poderia ter sido tomada, ou até deveria ter sido tomada, no próprio dia 8 de janeiro. A cumplicidade do general Arruda, então comandante do Exército, com a intentona bolsonarista daquele dia era evidente. O comportamento do general Arruda na noite do dia 8 de janeiro, na prática dando fuga aos golpistas ao impedir a ação da PM do Distrito Federal, o comportamento do general Arruda já justificava sua exoneração imediata e até mesmo sua prisão por desacato a ordens superiores. Ele quebrou a disciplina militar, ele quebrou uma ordem do ministro da Defesa, ele quebrou uma decisão judicial. Então, já se justificava sua exoneração e sua prisão naquele próprio dia”, disse Altman.

“O novo general, o novo comandante do Exército, o general Tomás Ribeiro Paiva, tem uma história ambígua, porque ele era muito ligado ao principal líder dessa nova etapa do Exército brasileiro no qual retorna a uma função protagonista no estado, que foi o general Eduardo Villas Bôas. O general Villas Bôas é quem constrói a doutrina bolsonarista nas Forças Armadas, e isso já está muito claro. O general Tomás Ribeiro Paiva, que agora assume o comando do Exército, era o braço direito do general Villas Bôas. O general Tomás é quem ajuda o general Villas Bôas a escrever aquele famoso tuíte que pressiona a Corte Suprema a não conceder habeas corpus ao presidente Lula em 2018. O general Tomás, portanto, ele não tem um histórico confiável, embora recentemente ele tenha feito um discurso favorável a que se respeitasse o resultado das eleições e a institucionalidade e a submissão das Forças Armadas ao poder civil, que também deve ser levado em conta, mas a trajetória do general Tomás não é flor que se cheire. Portanto, apenas substituir o general Arruda pelo general Tomás é uma decisão corajosa, correta, importante... Agora, ela tem que abrir um caminho de uma série de medidas que levem à reforma das Forças Armadas. Há um problema estrutural nas Forças Armadas brasileiras, e não é um problema desse ou daquele indivíduo. As Forças Armadas brasileiras historicamente desempenharam um papel de tutela sobre o estado, especialmente agora nesse período bolsonarista essa tutela ficou evidente. Os mecanismos tutelares têm que ser desmontados, desde a alteração da Constituição até medidas concretas que levem em conta o sistema de promoção ao generalato ou os currículos militares. Esta é a hora. Nesta hora de crise é que você tem uma janela de oportunidade para essas mudanças. Se essas mudanças não forem feitas, o ovo da serpente continua ali”, completou.  

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