“Preparem-se no Brasil: a doutrina Monroe 2.0 vai ser aplicada”, diz Pepe Escobar
Pepe o analista geopolítico, nova doutrina de segurança dos EUA gera impactos severos sobre o Brasil, a América Latina e as relações com a China. Assista
247 - A reformulação da doutrina de segurança nacional dos Estados Unidos, no segundo mandato do presidente Donald Trump, redesenha as relações de poder no hemisfério ocidental e recoloca a América Latina no centro da estratégia geopolítica de Washington. Segundo o jornalista e analista geopolítico Pepe Escobar, trata-se de uma atualização explícita da Doutrina Monroe, com efeitos diretos sobre o Brasil, especialmente em sua relação estratégica com a China. A análise foi apresentada por Escobar em seu canal no YouTube, Pepe Café, ao comentar o documento que define as diretrizes da política estratégica de Washington para os próximos anos.
Ele destacou que a nova orientação não se limita ao território norte-americano, mas “concerne o planeta inteiro”, com ênfase renovada sobre a América Latina.
De acordo com Pepe Escobar, o texto oficial adota uma terminologia que não deixa margem para ambiguidades. “A terminologia que é muito importante é reativar o, entre aspas, corolário Trump da doutrina Monroe”, afirmou.
Para ele, isso equivale a declarar que “a doutrina Monroe está mais viva do que nunca agora em sua fase 2.0”. Na avaliação do analista, essa diretriz reafirma a visão histórica de Washington sobre a região. “A América Latina é e vai continuar a ser considerada como o jardim, o backyard, o quintal cultivado ou não do império”, disse. Ele fez um alerta direto: “Preparem-se no Brasil. Isso é o mais importante no que concerne a América Latina e o Brasil”.
Escobar explicou que o documento enfatiza a “preeminência dos Estados Unidos contra rivais não hemisféricos”, expressão que, segundo ele, tem um alvo claro. “Isso é linguagem cifrada para combater a China na América Latina”, afirmou.
O Brasil aparece como peça central nesse contexto por sua profunda relação econômica com Pequim. “China, Brasil e China. Brasil, cujo o principal parceiro comercial é a China”, destacou.
“Esperem ofensiva híbrida e algumas não tão híbridas do império contra a parceria comercial e a parceria geopolítica, não só geoeconômica, Brasil-China”, afirmou, ao apontar que a disputa ultrapassa o campo econômico e alcança dimensões estratégicas. Assista:



