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ONU pressiona por avanços imediatos na reta final da COP30 em Belém

Simon Stiell pede esforço extra dos países para destravar impasses sobre financiamento, metas climáticas e transparência

Curupira, mascote da COP30, no Parque da Cidade - Belém (PA) - 07/11/2025 (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

247 - O chefe do Clima da ONU, Simon Stiell, fez um apelo contundente aos países que participam da COP30, realizada em Belém, para que intensifiquem as negociações nos últimos dias da conferência. As declarações foram registradas pela CNN Brasil, que acompanha a cobertura do encontro internacional e destacou o alerta do secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC).

Stiell afirmou que a conferência entra em um momento decisivo e pediu aos negociadores que avancem com urgência antes da chegada dos ministros de Estado, prevista para esta semana. Para ele, é essencial que o trabalho técnico seja concluído rapidamente para permitir que as autoridades políticas possam atuar de forma mais objetiva sobre os temas ainda travados.

“Sei que estão cansados, mas mais uma vez peço que avancem ainda mais. Afinal, o Acordo de Paris é de vocês para preservar e colocar em prática. São suas populações que se beneficiarão”, declarou o secretário, reforçando que o progresso das negociações não pode ser adiado em um contexto de crescente pressão global.

Stiell também destacou que, com a aproximação do fim da cúpula, é fundamental consolidar avanços em todas as áreas. Segundo ele, os países precisam demonstrar disposição para ouvir as prioridades alheias e buscar consensos reais. “Para receber, é preciso dar, e honestamente, precisamos dar mais. Questões que talvez não sejam prioridade para vocês são evidentes para outras nações. O processo tem entregue resultados fortes nas últimas COPs, e esta não pode ser diferente”, afirmou.

O dirigente reforçou que a disposição ao diálogo será determinante nos próximos dias. “É hora de encontrar uns aos outros nos corredores, de buscar diálogo. Os temas críticos para um resultado equilibrado e concreto estão claros, mas não está claro se todos estão preparados para sentar à mesa sobre eles. Precisamos avançar rápido.”

A cobrança também veio acompanhada de um alerta sobre a urgência climática. Stiell mencionou os protestos espalhados pelo mundo, os eventos climáticos extremos e o cenário de aquecimento global acelerado. “Não há tempo para esperar. Precisamos retomar o trabalho”, disse.

A COP30 se encaminha para sua reta final com quatro grandes pontos de divergência entre países desenvolvidos e nações em desenvolvimento:

  •  financiamento climático;
  •  barreiras comerciais justificadas por motivos ambientais;
  •  diferentes níveis de ambição nas metas de redução de emissões;
  •  critérios de transparência e confiabilidade dos dados climáticos.

Até o momento, esses impasses não foram superados, apesar de uma semana intensa de discussões técnicas. A expectativa é de que, com a chegada dos ministros, as negociações ganhem novo fôlego — ainda que o consenso siga distante.

O encerramento da conferência está previsto para sexta-feira (21), e o desafio agora é transformar o apelo da ONU em acordos concretos que reforcem a credibilidade do Acordo de Paris e a capacidade global de resposta à crise climática.

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