Comentarista da Jovem Pan é um dos alvos da operação contra Refit
Operação mira esquema bilionário de fraudes fiscais
247 - A operação deflagrada na quinta-feira (27) contra o grupo Refit, responsável pela antiga refinaria de Manguinhos, colocou o comentarista político Cristiano Beraldo no centro das investigações sobre um esquema bilionário de sonegação tributária no setor de combustíveis. Segundo o jornal O Globo, a ação mobilizou equipes em seis estados e teve como objetivo desarticular uma complexa estrutura de empresas de fachada e offshores utilizada para driblar o pagamento de impostos.
Beraldo — que já integrou o governo do prefeito Eduardo Paes (PSD) como secretário municipal de Turismo em 2021 — é apontado por investigadores como gestor de empresas offshore nos Estados Unidos ligadas ao empresário Ricardo Magro, dono da Refit. Entre elas está a Cascais Bay LLC, administrada também por Alessandra Engel Magro, esposa do empresário, além da Oceana KB Real Estate LLC, vinculada ao próprio controlador da companhia.
Cristiano Moreira Pinto Beraldo, que disputou uma vaga na Assembleia Legislativa do Rio em 2022 pelo União Brasil e declarou patrimônio de R$ 1,85 milhão, afirmou ter recebido com surpresa a notícia de que era alvo da operação. Em vídeo divulgado após a ofensiva, Beraldo se declarou "surpreso" e anunciou que se afastaria de suas atividades de militância e de comentarista político. A Jovem Pan, emissora da qual Beraldo fazia parte como analista, comunicou por nota que não comentaria o caso.
A operação também incluiu mandados de busca envolvendo o empresário Ricardo Magro e seu pai, João Manuel Magro. Como as investigações seguem sob sigilo, a lista completa dos mais de 170 investigados não foi divulgada. Magro, que vive entre Miami e Portugal, não foi localizado.
Além de Beraldo, as autoridades miram outros nomes públicos, como Jonathas Assunção — ex-secretário-executivo da Casa Civil no governo Jair Bolsonaro (PL) e atual executivo da Refit. Assunção foi alvo de mandado de busca e tem histórico de atuação no núcleo estratégico do Executivo federal, além de passagem pelo Conselho de Administração da Petrobras.
Ao todo, foram cumpridos 126 mandados em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Bahia, Maranhão e Distrito Federal. A Refit aparece entre os maiores devedores de ICMS do país. As apurações seguem sob sigilo enquanto as autoridades analisam o material apreendido.


