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Mídia

Judiciário condena jornalista por publicar mensagem com ameaça do advogado Frederick Wassef

A colunista do Uol Juliana Dal Piva divulgou mensagens trocadas com o advogado do clã Bolsonaro. A defesa da jornalista vai recorrer e citou "dano pela ameaça sofrida" contra ela

Frederick Wassef e Juliana Dal Piva (Foto: Reuters | Reprodução)
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247 - O juiz Fábio Coimbra Junqueira, da 6ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, condenou a jornalista Juliana Dal Piva a indenizar em R$ 10 mil Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro, após a colunista do portal Uol divulgar mensagens trocadas com o defensor no WhatsApp. A informação foi publicada nesta sexta-feira (10) pela coluna de Chico Alves, no portal Uol. 

A jornalista denunciou ter sido ameaçada pelo advogado após a publicação do podcast A vida secreta de Jair, que mostrou indícios do envolvimento de Jair Bolsonaro (PL) em esquema de desvio de salário de assessores do seu gabinete quando era deputado federal.

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Em mensagem no WhatsApp, Wassef questionou a ética profissional da jornalista e fez comentários de cunho sexual. O Judiciário disse que não houve ameaça por parte do advogado e condenou a jornalista em R$ 10 mil por divulgar a mensagem enviada por ele.

Para Junqueira, é "ilícita a publicação não autorizada da mensagem, não o seu envio a determinada pessoa em particular". "Isso porque as comunicações entre particulares são sigilosas". 

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Rachadinha

Em 2021, foram publicadas reportagens em que a jornalista obteve vários áudios. Na primeira, aparece a gravação da ex-cunhada

A segunda gravação mostrou que um coronel do Exército, Guilherme dos Santos Hudson, ao lado do ex-PM Fabrício Queiroz, recolhia os salários dos servidores.

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Na terceira, a mulher de Queiroz, Márcia Aguiar, chamou Jair Bolsonaro de "01", indicando-o como chefe do esquema de roubo do dinheiro dos funcionários dos gabinetes do clã presidencial. 

Ameaça de Wassef

A colunista foi ameaçada pelo advogado. Entre outras declarações, Wassef mandou Juliana ir para a China. 

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"Faça lá o que você faz aqui no seu trabalho, para ver o que o maravilhoso sistema político que você tanto ama faria com você. Lá na China você desapareceria e não iriam nem encontrar o seu corpo".

Caso Queiroz

Considerado laranja do clã Bolsonaro, Fabrício Queiroz foi preso em 18 de junho de 2020 em Atibaia (SP), onde estava escondido em um imóvel que pertence a Frederick Wassef.

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Queiroz era assessor de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) quando o atual senador era deputado estadual no Rio. Queiroz começou a ser investigado em 2018, após a identificação de uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão. O ex-assessor movimentou R$ 7 milhões em de 2014 a 2017, de acordo com relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). 

Queiroz também depositou 21 cheques na conta de Michelle, entre 2011 a 2016, totalizando R$ 72 mil

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Em 2020, o ex-assessor foi denunciado pelo MP junto com Flávio Bolsonaro. Queiroz está solto e pretende disputar uma vaga no Congresso Nacional pelo PTB.

Jornalista vai recorrer

A advogada Sheila Carvalho, do escritório Carvalho e Siqueira advogados, que representa Juliana Dal Piva na ação, informa que recorrerá da sentença. "É muito ruim que não tenha sido enxergado pelo magistrado o dano pela ameaça sofrida pela Juliana", disse. 

"Uma ameaça que se caracterizou de maneira evidente dentro do exercício da profissão que coloca em xeque o direito de liberdade de imprensa da parte autora, considerando que a mensagem que foi enviada ocorreu após uma conversa no âmbito profissional. Não foi uma conversa pessoal ou privada em que estava sendo colocado qualquer tipo de sigilo sobre isso", acrescentou.,

De acordo com a advogada, "é muito grave também que o juiz tenha reconhecido um pedido do réu para que a autora fosse condenada por ter divulgado a ameaça sofrida dentro do WhatsApp". "Independente da forma como ocorreu a ameaça, ela pode sim ser divulgada. Inclusive, a divulgação da ameaça é um mecanismo de proteção à jornalista que foi ameaçada até para evitar que a ameaça seja concretizada", afirmou.

"Independente de qual meio seja. Então a autora estava completamente legitimada para divulgar uma mensagem que foi feita diretamente no seu WhatsApp, dentro de uma ação que estava realizando enquanto jornalista. E se o juiz reconhece na sentença que houve um dano à honra da autora, ele também tem que legitimar o meio pelo qual foi obtido o acesso a essa ofensa realizada. Há várias incongruências nessa decisão".

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