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Barreiras comerciais dos EUA e da UE ameaçam metas climáticas, alertam especialistas chineses na COP30

Assessores da delegação chinesa dizem que tarifas e restrições comerciais elevam custos e dificultam a transição global para tecnologias limpas

Guindastes de pórtico perto de contêineres de transporte enquanto um navio porta-contêineres da Evergreen Marine Corp, o Ever Ace, está atracado no Porto de Yangshan, nos arredores de Xangai, China, em 17 de junho de 2025 (Foto: REUTERS/Go Nakamura)

247 - A crescente adoção de barreiras comerciais por grandes economias está comprometendo o avanço das metas climáticas globais, segundo integrantes da equipe que representa a China na COP30, realizada em Belém. Em entrevista concedida na sexta-feira (15) durante o encontro climático das Nações Unidas, eles apontaram que medidas unilaterais têm elevado custos e desacelerado a expansão de produtos verdes em escala mundial.

De acordo com o Bloomberg, os assessores classificaram as tarifas impostas pelo atual presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e as recentes normas adotadas pela União Europeia como fatores que minam a ambição climática internacional e enfraquecem a confiança entre países — elemento considerado crucial para o avanço de acordos multilaterais.

Os representantes afirmaram que a proliferação de instrumentos “unilaterais” não está impulsionando reduções de emissões, mas sim provocando rupturas na cadeia global de suprimentos. Segundo eles, em vez de ampliar a cooperação, tais políticas intensificam divisões e dificultam o acesso mundial a tecnologias de baixo carbono.

“Essas medidas têm aumentado custos e retardado a disseminação de produtos sustentáveis no mundo”, alertaram os conselheiros chineses. Eles reforçaram que o cenário atual ameaça a própria lógica do esforço climático, que depende da integração produtiva e da livre circulação de soluções verdes para acelerar a transição energética.

Os especialistas também destacaram que o risco de fragmentação econômica ocorre justamente em um momento em que a coordenação internacional deveria ser fortalecida. A perda de confiança entre países, afirmaram, agrava a dificuldade de construir compromissos robustos e de longo prazo.

A delegação chinesa insistiu que o combate à crise climática requer cooperação ampla, previsibilidade regulatória e condições que permitam a expansão industrial de tecnologias limpas sem entraves comerciais adicionais.

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