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Em encontro com ministro alemão, China enfatiza que apoio à independência de Taiwan fere leis nacionais e internacionais

Em reunião com chanceler alemão, Wang Yi afirma que tentativa separatista viola soberania chinesa e compromissos firmados após a Segunda Guerra

O chanceler chinês Wang Yi, reúne-se com seu homólogo alemão Johann Wadephul e aborda a questão de Taiwan (Foto: Xinhua )

247 - Em declarações feitas durante encontro com o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Johann Wadephul, o chanceler chinês Wang Yi afirmou que qualquer movimento para promover a “independência de Taiwan” configura uma violação direta da Constituição da China e do direito internacional. As informações foram originalmente divulgadas pela Xinhua.

No diálogo realizado em Pequim nesta segunda-feira (8), Wang Yi, que também integra o Birô Político do Comitê Central do Partido Comunista da China, apresentou uma síntese histórica e jurídica que, segundo ele, sustenta de forma inequívoca a condição de Taiwan como parte do território chinês.

Wang destacou que a ilha integra a China “desde tempos antigos” e lembrou que documentos fundamentais do período da Segunda Guerra Mundial, como a Declaração do Cairo (1943) e a Proclamação de Potsdam (1945), estabeleceram que territórios tomados pelo Japão, incluindo Taiwan, deveriam retornar à soberania chinesa. Ele recordou que, após a rendição japonesa em 15 de agosto de 1945, a China retomou formalmente o controle administrativo da região.

O chanceler também mencionou a sucessão de governo ocorrida em 1949, quando a República Popular da China passou a ser internacionalmente reconhecida como o único governo legítimo do país, o que inclui o exercício da soberania sobre Taiwan. Como reforço jurídico, citou a Resolução 2758 da Assembleia Geral da ONU, aprovada em 1971, que restaurou à China seus direitos na organização e removeu representantes das autoridades taiwanesas.

Segundo Wang, além de tratados bilaterais com o Japão — como a Declaração Conjunta Sino-Japonesa de 1972 e o Tratado de Paz e Amizade de 1978 — a ordem internacional pós-guerra consolidou de forma “incontestável” o status de Taiwan como parte do território chinês.

O ministro criticou declarações recentes do atual líder japonês sobre cenários hipotéticos envolvendo Taiwan. Para Wang, tais afirmações violam compromissos históricos assumidos por Tóquio, afrontam os resultados da vitória na Segunda Guerra Mundial e colocam em risco a estabilidade da Ásia. O chefe da diplomacia chinesa lembrou que 2025 marca o 80º aniversário da derrota do Japão e afirmou que o país “deveria agir com prudência e reflexão”.

No entanto, agora, seu atual líder está tentando explorar a questão de Taiwan — o próprio território que o Japão colonizou por meio século, cometendo inúmeros crimes contra o povo chinês — para provocar problemas e ameaçar a China militarmente. Isso é completamente inaceitável”, declarou Wang.

Ele acrescentou que o povo chinês, assim como “todos os povos amantes da paz”, tem a responsabilidade de proteger os princípios da Carta da ONU e impedir qualquer tentativa de remilitarização japonesa.

O encontro entre Wang Yi e Johann Wadephul ocorreu em Pequim em 8 de dezembro, como parte de uma agenda diplomática mais ampla entre China e Alemanha.

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