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Extradição de Zambelli avança na Itália em primeira audiência do processo

O pedido de extradição foi apresentado pelo Ministério da Justiça brasileiro

Carla Zambelli (Foto: Lula Marques/ EBC)

247 - A Corte de Apelação italiana realiza, nesta quinta-feira (4/12), a primeira audiência do processo de extradição da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), presa no país europeu desde julho. As informações são do Metrópoles. A sessão estava prevista inicialmente para 27 de novembro, mas precisou ser adiada devido a uma greve de servidores públicos na Itália.

O pedido de extradição foi apresentado pelo Ministério da Justiça brasileiro, com base em determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Em outubro, o Ministério Público da Itália já havia se manifestado formalmente a favor da transferência de Zambelli para o Brasil, posicionamento que fortaleceu o requerimento brasileiro.

Condenações no Brasil

Carla Zambelli responde a duas condenações criminais no Brasil e, segundo o STF, deve cumprir as penas em território nacional:

  •  10 anos e 8 meses de prisão pela invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), caso no qual foi apontada como autora intelectual da ação;
  •  5 anos e 3 meses de prisão por porte ilegal de arma, no episódio em que perseguiu e apontou uma pistola para um opositor às vésperas das eleições de 2022.

A deputada deixou o Brasil em 3 de junho e afirmou, na ocasião, que estava “fora do Brasil há alguns dias” para buscar um “tratamento médico”. Ela não informou em qual país estava. Pouco depois de sua saída, o ministro Alexandre de Moraes decretou sua prisão preventiva, acolhendo pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Prisão na Itália e operação internacional

Zambelli foi detida em julho, na Itália, em uma operação conjunta entre autoridades brasileiras e italianas. Desde então, permanece encarcerada em uma penitenciária localizada na região metropolitana de Roma, aguardando o julgamento de seu processo de extradição.

O desfecho da análise da Corte de Apelação será decisivo para definir se a deputada voltará ao Brasil para cumprir as penas determinadas pelo Judiciário brasileiro. O caso tem repercussão política, jurídica e diplomática, e mobiliza tanto o Parlamento brasileiro quanto autoridades italianas.

Caso a extradição seja autorizada, caberá ao governo italiano definir os trâmites finais para a transferência da parlamentar, que continua negando irregularidades e afirmando perseguição política — alegação que não encontra respaldo nas decisões judiciais que embasam o pedido brasileiro.

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