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Senado tem 81 pedidos de impeachment de ministros do STF, em meio à tensão com Gilmar Mendes

Veja o ranking dos ministros que são alvos de pedidos de afastamento pela oposição bolsonarista ao governo federal no Congresso

Estátua do STF e o Senado (Foto: Carlos Moura/STF I Ricardo Moraes/Reuters)

247 - O Senado acumula 81 pedidos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2021. O presidente da Casa, senador Davi Alcolumbre (União-AP), ainda precisará analisar as solicitações. Os números foram divulgados após uma decisão liminar (provisória) do ministro Gilmar Mendes, que suspendeu trechos da Lei 1.079, de 1950. Conforme a nova proposta, somente a Procuradoria-Geral da República (PGR) pode pedir impeachment de ministros do STF.

De acordo com informações publicadas no Portal G1, entre os ministros mais citados nas solicitações de impeachment, Alexandre de Moraes lidera com 43 pedidos. Depois aparecem o agora ministro aposentado Luís Roberto Barroso com 20 e Gilmar Mendes com 10.

O ranking segue com Flávio Dino, alvo de 8 pedidos de impeachment, Dias Toffoli (6), Cármen Lúcia (5), Edson Fachin (4), Cristiano Zanin (3), Luiz Fux (2), André Mendonça (1) e Kassio Nunes Marques (1). 

Todos os pedidos foram engavetados. Na lei atual, de 1950, o presidente do Senado não precisa se manifestar sobre os pedidos.

Gilmar Mendes me representa
Ministro do STF GIlmar Mendes. Foto: Adriano Machado/Reuters

Contexto

Nos últimos anos, os pedidos de afastamento de magistrados da Corte foram apresentados pela oposição ao governo Lula (PT) no Congresso. Influenciada pelo estrategista norte-americano, o trumpista Steve Bannon, a extrema direita brasileira atacou verbalmente o Judiciário, com o objetivo de transmitir à população a mensagem de que a Justiça atrapalhava o governo Jair Bolsonaro (PL). 

Além dos ataques verbais ao STF, algumas investigações como o inquérito da trama golpista, a compra e venda ilegal de joias, e milícias digitais atingiram princiopalmente o bolsonarismo e seus aliados. Na investigação do golpista, Bolsonaro e seus aliados foram condenados e estão cumprindo pena de prisão. Novos julgamentos acontecerão. 

Outra investigação, em paralelo, apontou que a deputada federal bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) participou de um esquema para invadir sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e inserir falsos mandados de prisão contra o atual ministro do STF Alexandre de Moraes, por causa da atuação dele é apurações que atingiram sobretudo políticos bolsonaristas. 

O Supremo condenou a parlamentar a 10 anos de prisão. A deputada fugiu para a Itália, onde está presa. A audiência do processo de extradição de Carla Zambelli foi marcada para esta quinta-feira (4).

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