Ministros veem maioria do STF a favor de decisão de Gilmar sobre impeachment: “freio de arrumação”
Decisão do magistrado da Corte deve gerar novo embate entre Congresso e Judiciário
247 - Ministros do Supremo Tribunal Federal deram sinais de que a Corte aprovará, por maioria, a decisão liminar (provisória) do ministro Gilmar Mendes sobre impeachment de magistrados da Corte. Pela proposta aprovada, somente o procurador-geral da República (PGR) pode fazer um pedido de impeachment de juízes do STF.
A liminar do ministro Gilmar Mendes suspendeu trechos da Lei 1.079, de 1950. Os relatos dos magistrados foram publicados no Blog do Camarotti. "Mas já é um freio de arrumação para o ano que vem", disse um ministro, numa referência à possibilidade de uma mudança na composição do Senado após as eleições.
Outro ministro comentou sobre o tema. "A decisão de Gilmar veio para conter perseguições e retaliações contra ministros do STF", pontuou. "São dezenas de pedidos de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes. Não tem um único que não seja abusivo. Essa situação vai piorar. A liminar [de Gilmar] é preventiva".
Conforme outra avaliação desse magistrado, "do jeito que a situação está, ministros do STF vão ter que trocar decisões jurídicas por apoio parlamentar, senão sofre impeachment”. “O único freio possível mínimo é o STF", alertou.
Repercussão
Aliados do ministro Gilmar Mendes defenderam a proposta do magistrado e afirmaram que a decisão evita golpe contra magistrados da Corte. Em outubro, a oposição ao governo Lula (PT) no Congresso Nacional apresentou dois pedidos de impeachment contra ministros do STF, um atingindo Flávio Dino e outro Alexandre de Moraes, por supostos conflitos de interesses.
No STF, o inquérito da trama golpista já condenou 24 réus, incluindo Jair Bolsonaro (PL) e alguns de seus ex-ministros. Nos últimos anos, uma das estratégias do bolsonaristas para ações golpistas era atacar ministros do Supremo, com o objetivo de passar para a população a mensagem de que o Judiciário atrapalhava a gestão bolsonarista.
Após a decisão de Gilmar Mendes, partidos como PL e Novo iniciaram o recolhimento de assinaturas para uma PEC (proposta de emenda à Constituição) em reação à decisão. Existem 66 signatários dos 171 necessários para o protocolo.



