Hezbollah rejeita rendição e reafirma direito à resistência no Líbano
Parlamentar do movimento diz no Parlamento que armas da Resistência são defesa legítima diante de agressões e pressões externas
247 - O Hezbollah voltou a reafirmar que a rendição não faz parte de sua ideologia nem de sua estratégia política ou militar. A posição foi apresentada pelo deputado Hussein al-Hach Hasan durante um discurso público no Parlamento libanês, no qual ele defendeu a resistência armada como um direito legítimo e inalienável do povo do Líbano frente às agressões externas.
Segundo o parlamentar, a defesa do país não pode ser dissociada da experiência histórica libanesa, marcada por ocupações, ataques militares recorrentes e violações sistemáticas da soberania nacional. Ele destacou que, nesse contexto, a resistência não representa uma escolha ideológica isolada, mas uma resposta defensiva necessária para proteger o território e a população.
Segundo o canal HispanTV, durante a intervenção, Hussein al-Hach Hasan enfatizou que as armas da Resistência permanecerão intactas e alertou que qualquer sinal de fraqueza pode incentivar novas ações violentas por parte de Israel, incluindo massacres contra a população. Para o Hezbollah, a manutenção da capacidade de defesa é um fator essencial de dissuasão.
O deputado também abordou a Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, adotada em 2006 após o conflito entre Israel e o Hezbollah. Ele afirmou que o Líbano cumpriu suas obrigações previstas no texto, enquanto Israel, segundo ele, não respeitou nem implementou o cessar-fogo. A resolução prevê, entre outros pontos, a retirada das forças israelenses, o fortalecimento da presença do Exército libanês e o reforço da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL) no sul do país.
Al-Hach Hasan criticou ainda as pressões externas, especialmente aquelas atribuídas aos Estados Unidos e a seus aliados, que, segundo o Hezbollah, buscam impor ao Líbano um modelo de “segurança imposta”. De acordo com o parlamentar, esse tipo de abordagem já demonstrou ser ineficaz e prejudicial à estabilidade nacional, além de ter como objetivo enfraquecer as capacidades defensivas do país diante de Israel.
O representante do movimento ressaltou que o Hezbollah não procura o confronto, mas também não aceitará qualquer cenário que implique a renúncia ao direito de autodefesa. Na avaliação apresentada, a Resistência tem desempenhado um papel central na contenção de agressões em larga escala e na manutenção de um equilíbrio que evitou conflitos prolongados por períodos significativos.
No mesmo contexto, o Hezbollah criticou setores políticos internos que, segundo o movimento, reproduzem discursos externos e defendem soluções baseadas em concessões unilaterais. Para o grupo, essas posições ignoram a realidade do conflito regional e desconsideram o papel desempenhado pela Resistência na proteção da integridade territorial do Líbano.
As declarações ocorrem em meio ao aumento das tensões regionais e a um debate renovado sobre o futuro da estratégia de defesa libanesa. Do ponto de vista do Hezbollah, qualquer discussão sobre segurança nacional deve partir do reconhecimento do direito dos povos de resistir à ocupação e à agressão.



