Israel assassinou 257 profissionais da imprensa em Gaza
Governo palestino denuncia ataques sistemáticos e pressiona comunidade internacional por proteção aos jornalistas
247 - O número de profissionais da comunicação mortos na Faixa de Gaza desde o início da ofensiva israelense ultrapassou a marca de 250, segundo autoridades palestinas. A denúncia foi divulgada nesta quarta-feira pelo Gabinete de Imprensa do Governo do território, que alerta para uma escalada de violência contra repórteres e cinegrafistas que atuam em meio ao conflito.
Reportagem da Prensa Latina informa que 257 trabalhadores da imprensa foram assassinados desde 7 de outubro de 2023, quando teve início a ofensiva militar de Israel contra Gaza. O texto também detalha o episódio mais recente: o fotojornalista Mahmoud Wadi morreu na noite anterior, atingido por um ataque de drone enquanto documentava os efeitos da destruição em Khan Younis, no sul do território.
O mesmo ataque deixou ferido o jornalista Muhammad Abdul Fattah Aslih, irmão de Hassan Aslih, outro profissional de imprensa morto anteriormente por Israel. Para o Gabinete de Imprensa do Governo, os episódios refletem um padrão sistemático de ataques contra quem tenta registrar o impacto da violência sobre a população civil.
A instituição condenou a série de agressões e cobrou medidas firmes de organismos internacionais. Entre os alvos do apelo estão a Federação Internacional de Jornalistas e a Federação de Jornalistas Árabes, instadas a pressionar governos e entidades multilaterais. Segundo o comunicado, os responsáveis pelos ataques incluem Israel, “o governo dos EUA e países envolvidos no genocídio, como Reino Unido, Alemanha e França”. O órgão reforçou que é urgente “exercer pressão firme e eficaz para pôr fim ao genocídio, proteger os profissionais de mídia na Faixa de Gaza e impedir seus assassinatos”.
Em meio ao agravamento da crise, profissionais palestinos têm recebido reconhecimento internacional. A UNESCO concedeu em 2024 o Prêmio Guillermo Cano aos jornalistas que atuam na região, destacando sua resiliência e compromisso com a cobertura do conflito, mesmo em condições extremas.
No mês passado, o Conselho Nacional Palestino também denunciou que Israel transformou jornalistas em “alvos diretos” nos territórios ocupados, com o objetivo de impedir a divulgação de informações sobre a realidade local e “encobrir seus crimes”. A entidade criticou ainda a política israelense de barrar a entrada da imprensa internacional em Gaza mesmo após o cessar-fogo de 10 de outubro, ação que considera uma violação grave de normas internacionais, entre elas o direito à liberdade de opinião, expressão e acesso à informação.
As denúncias ampliam a pressão por respostas de instituições internacionais e reforçam a dimensão dos riscos enfrentados por profissionais de comunicação que atuam na linha de frente em Gaza, onde a cobertura jornalística continua limitada pelas operações militares e pelas restrições impostas ao território.



