Fepal alerta ONU contra genocídio: 'Israel precisa ser parado de uma vez por todas'
A entidade condenou 'a grife colonial, supremacista e genocida' das forças israelenses
247 - A Federação Árabe Palestina do Brasil (Fepal) emitiu uma nota para alertar contra o genocídio cometido por Israel na Faixa de Gaza, onde, segundo o Ministério da Saúde local, mais de 70 mil palestinos morreram vítimas dos bombardeios israelenses desde outubro de 2023.
“Só haverá solidariedade real para com o povo palestino se ‘israel’ for parado de uma vez por todas, por todos os meios possíveis, inclusive pelas armas. Se assim foi para parar o nazismo, assim tem que ser para parar algo até pior, o sionismo e sua criatura estatal, a grife colonial, supremacista e genocidária ‘israel’", escreveu a Fepal.
"Se nazismo e Apartheid acabaram do Rio ao Mar na Alemanha e na África do Sul, seu siamês, o sionismo, também precisa acabar, igualmente do Rio ao Mar, com um ou dois estados”, acrescentou a entidade.
Leia a íntegra da nota:
Em 29 de novembro de 1947 a ONU escreveu sua página mais vergonhosa: sua Assembleia Geral aprova a recomendação de partilha da Palestina, pela infame Resolução 181. Além de não consultar o povo palestino, ilegalmente impediu seu direito à autodeterminação, em ofensa ao que manda a própria Carta da ONU, e deu a maior parte da Palestina (56,5%) a estrangeiros recém-chegados, quase todos racistas europeus de fé judaica, que mal compunham 30% da população e possuíam apenas 5,87% das terras privadas (menos de 3% da geografia total da Palestina).
Dezoito dias após, em 17 de dezembro, milícias sionistas dão início à primeira fase do genocídio palestino, a limpeza étnica conhecida como Nakba (catástrofe), atacando Deir Ayub, Beit Affa e Lifta. Os sionistas queriam toda a Palestina sem palestinos, jamais aceitação fingida da partilha. Mas não foram parados neste momento-chave. A ONU silenciou. Então o processo prosseguiu até 14 de maio de 1948, quando o sionismo se autoproclama estado, novamente contra o Direito Internacional, e mesmo afrontando a Resolução 181. Até esta data, pelo menos 250 mil palestinos, quase 20% da população originária, já fora limpada etnicamente.
Diante do novo silêncio frente à ilegalidade da autoproclamação sob genocídio e roubo de terras, o já “estado de ‘israel’” prossegue sua campanha de terror e toma pela força 78% da Palestina, porção da qual elimina até 88% da população palestina, isto é, não judaica. É ainda hoje a maior limpeza étnica da história.
Não haveria o genocídio em Gaza, televisionado há 26 meses, com a maior, proporcionalmente, matança de civis da história, a maioria mulheres, crianças, idosos, profissionais da saúde, professores, estudantes, jornalistas, trabalhadores da ONU e de organizações humanitárias, se o ato mais vergonhoso da história da ONU não houvesse ocorrido em 29 de novembro de 1947.
O silêncio daquele momento, inclusive sequer garantindo que um estado palestino existisse em ao menos parte de seu território histórico, e a impotência atual da ONU frente ao genocídio palestino em Gaza, são as chaves para algo muito maior que a Solidariedade Internacional com o Povo Palestino, efeméride anual instituída pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 29 de novembro de 1977, por meio da Resolução 32/40 B. Nesta data é a reflexão dos erros do passado e dos fracassos da atualidade para a Palestina o que importa, pois é o Direito Internacional que foi e segue sendo destruído, assim como, agora mais claro do que nunca, todo o sistema internacional que visava garanti-lo e aplicá-lo.
Quando da instituição deste DIA INTERNACIONAL DE SOLIDARIEDADE AO POVO PALESTINO, eram passados 30 anos daquela vergonha que resultou na Resolução 181 e uma década da guerra de agressão israelense de 1967, que tornou somente “israel”, sob a perspectiva sionista, o que pretendia a ONU fossem dois estados. A realidade passou a ser, então, do Rio ao Mar, somente o supremacismo sionista, o regime de Apartheid, o colonialismo e o genocídio.
A mea culpa da ONU na instituição deste dia de solidariedade não basta, porque insuficiente. Se em 1947 as portas do genocídio continuado foram abertas porque o sionismo não foi parado, e depois “israel” seguiu livre para dar continuidade à sua carreira de crimes de lesa-humanidade, com seus dirigentes até hoje impunes, novamente estamos diante do mesmo dilema: é preciso parar “israel”!
Só haverá solidariedade real para com o povo palestino se “israel” for parado de uma vez por todas, por todos os meios possíveis, inclusive pelas armas. Se assim foi para parar o nazismo, assim tem que ser para parar algo até pior, o sionismo e sua criatura estatal, a grife colonial, supremacista e genocidária “israel”.
Se nazismo e Apartheid acabaram do Rio ao Mar na Alemanha e na África do Sul, seu siamês, o sionismo, também precisa acabar, igualmente do Rio ao Mar, com um ou dois estados.



