Lula destaca cinco áreas de interesse no comércio Brasil-Rússia e volta a defender uma solução para a guerra na Ucrânia

247 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou nesta sexta-feira (9) as cinco áreas de interesse no comércio entre Brasil e Rússia, onde o chefe de Estado negocia acordos de cooperação com o governo do presidente Vladimir Putin. Em 2024, o comércio bilateral atingiu recorde histórico, de US$ 12,4 bilhões (aumento de 9% em relação a 2023). Foram US$ 1,4 bilhão de exportações (alta de 8%) e US$ 11 bilhões de importações brasileiras (aumento de 9%). Os números foram divulgados pelo governo brasileiro.

“Participei de um encontro bilateral com o presidente Vladimir Putin, no Kremlin, onde acertamos a retomada da Comissão Brasileiro-Russa de Alto Nível de Cooperação, instância máxima de discussão estratégica entre os nossos dois países, que não se reúne desde 2015. Nosso comércio de pouco mais de 12 bilhões de dólares pode ser bastante ampliado. Temos interesse em discutir a área de defesa, a área espacial, a área científico-tecnológica, de educação e, sobretudo, a questão energética”, escreveu Lula na rede social X.

“Também discutimos o avanço do protecionismo econômico e a necessidade de fortalecermos o multilateralismo. Reiterei ao presidente Putin o compromisso do Brasil com a paz e a disposição de atuarmos junto com a China e o Grupo de Países Amigos numa solução para a Guerra na Ucrânia”.

Entre os principais produtos exportados pelo Brasil encontram-se soja, carne bovina, café não torrado, carne de aves e suas miudezas, e tabaco. O Brasil importa da Rússia principalmente óleos combustíveis de petróleo ou de minerais betuminosos (exceto óleos brutos) e adubos e fertilizantes.

Guerra na Ucrânia

Em maio de 2024, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou, em conjunto com a China, uma proposta para negociações com o objetivo de promover uma solução diplomática da crise ucraniana.

A Rússia lançou a “Operação Militar Especial” na Ucrânia em fevereiro de 2022. As autoridades russas afirmam que a ofensiva tem como objetivo proteger a população russa submetida a genocídio pelo regime de Kiev. Moscou declara que é necessário remover forças militares e elementos neonazistas da Ucrânia para alcançar esses objetivos.

As autoridades da Ucrânia negam associações ao nazismo, afirmando que a política do país é completamente livre de fascistas. Kiev argumenta que a invasão russa é uma guerra de agressão e de expansão imperialista.

A Rússia anexou quatro regiões ucranianas parcialmente ocupadas em outubro de 2022. Em agosto de 2024, a Ucrânia invadiu o território russo e iniciou uma ocupação limitada.

Diversos países, especialmente da Otan (Aliança do Tratado do Atlântico Norte), forneceram assistência militar e financeira para a Ucrânia e implementaram sanções contra a Rússia. Irã e Coreia do Norte auxiliaram em diferentes níveis as Forças Armadas russas.

Por Lula, no X - Participei hoje de um encontro bilateral com o presidente Vladimir Putin, no Kremlin, onde acertamos a retomada da Comissão Brasileiro-Russa de Alto Nível de Cooperação, instância máxima de discussão estratégica entre os nossos dois países, que não se reúne desde 2015.

Nosso comércio de pouco mais de 12 bilhões de dólares pode ser bastante ampliado. Temos interesse em discutir a área de defesa, a área espacial, a área científico-tecnológica, de educação e, sobretudo, a questão energética.

Também discutimos o avanço do protecionismo econômico e a necessidade de fortalecermos o multilateralismo. Reiterei ao presidente Putin o compromisso do Brasil com a paz e a disposição de atuarmos junto com a China e o Grupo de Países Amigos numa solução para a Guerra na Ucrânia.

Pela manhã, participei com @JanjaLula da celebração dos 80 anos do Dia da Vitória aqui em Moscou. Foi a primeira vez que um presidente brasileiro prestigiou a cerimônia. Uma homenagem às milhões de pessoas que perderam suas vidas no enfrentamento ao nazismo.

Participaram comigo do encontro bilateral com Putin o ministro de Minas e Energia, @asilveiramg; a ministra de Ciência e Tecnologia, @lucianasantos; o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira; o presidente do Senado, @davialcolumbre; o vice-presidente da Câmara dos Deputados, @elmarnascimento, e meu assessor internacional Celso Amorim, além do diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.