Macron promete reconhecer Estado palestino e reforça articulação internacional por solução de dois Estados
Presidente francês afirmou que pretende oficializar o reconhecimento em junho, durante conferência com a Arábia Saudita na ONU
247 - Durante entrevista à imprensa francesa concedida no Egito, o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou que seu país caminha para reconhecer oficialmente o Estado da Palestina nos próximos meses. A declaração foi publicada por veículos franceses e representa um marco na diplomacia europeia diante da prolongada crise entre Israel e Palestina.
“Devemos caminhar para o reconhecimento e, portanto, nos próximos meses avançaremos nessa direção”, afirmou Macron. Segundo ele, a expectativa é que a oficialização ocorra em junho, durante uma conferência das Nações Unidas que será presidida por França e Arábia Saudita, em Nova York. O evento tem como objetivo central fomentar uma saída negociada para o conflito entre Israel e o Hamas, que já dura 18 meses e tem o território de Gaza como epicentro.
Macron destacou ainda que a iniciativa busca promover uma dinâmica coletiva de reconhecimento mútuo entre os países. “Farei isso... porque penso que, em algum momento, será justo e porque também quero participar de uma dinâmica coletiva, que também deve permitir a todos aqueles que defendem a Palestina reconhecerem Israel em troca, o que muitos deles não fazem”, declarou.
O presidente francês também reforçou que essa posição permite à França deixar clara sua oposição à negação do direito de existência do Estado de Israel. “É preciso sermos claros na nossa luta contra aqueles que negam o direito de Israel existir”, disse, mencionando diretamente o Irã como um dos países que adota essa postura. Ele reiterou o compromisso francês com a “segurança coletiva na região”.
Atualmente, cerca de 150 países já reconhecem formalmente o Estado palestino. No primeiro semestre de 2024, Irlanda, Noruega e Espanha se somaram a esse grupo, anunciando o reconhecimento oficial em maio. A adesão da França à lista ampliaria a pressão diplomática sobre países do Ocidente que ainda não aderiram à causa palestina.
Apesar da articulação internacional, a proposta de criação de um Estado palestino continua sendo rejeitada pelo primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu. Para ele, aceitar essa alternativa significaria oferecer uma “grande recompensa” ao Hamas.



