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Mortes em Gaza podem superar 100 mil, aponta instituto alemão

Estudo projeta impacto devastador do cerco israelense e revela queda histórica na expectativa de vida

Mortes em Gaza podem superar 100 mil, aponta instituto alemão (Foto: Valter Lima)

247 - Mais de 100 mil palestinos perderam a vida na Faixa de Gaza desde outubro de 2023, de acordo com um levantamento divulgado pelo Instituto Max Planck de Pesquisa Demográfica (MPIDR), um dos mais renomados centros científicos da Alemanha. O estudo fornece uma estimativa inédita da magnitude da tragédia humanitária causada pela ofensiva israelense ao longo de dois anos.As conclusões foram publicadas pela Telesur, com informações do Middle East Eye, e detalham um cenário marcado por destruição massiva, mortes em larga escala e agravamento acelerado das condições de vida em Gaza.

O MPIDR calculou que o número total de mortes relacionadas ao cerco israelense pode variar entre 99.997 e 125.915, chegando a uma estimativa intermediária de 112.069 vidas perdidas durante os dois primeiros anos da ofensiva. Segundo os pesquisadores, 78.318 palestinos foram mortos diretamente por bombardeios e ataques do exército israelense entre 7 de outubro de 2023 e o fim de 2024.

Em uma análise complementar, atualizada até 6 de outubro de 2025, os dados indicam que as mortes provocadas pelo genocídio provavelmente superam as estimativas iniciais. A codiretora do estudo, Irena Chen, alertou para as limitações dos registros disponíveis: "Nunca saberemos o número exato de mortes. Estamos apenas tentando estimar, com a maior precisão possível, qual seria uma ordem de grandeza realista."

A pesquisa também comparou o padrão das mortes violentas registradas em Gaza com outros genocídios estudados pelo Grupo Interinstitucional das Nações Unidas para Estimativa da Mortalidade Infantil (UN IGME). Os resultados mostraram semelhanças na distribuição de vítimas por idade e sexo, reforçando o caráter devastador da ofensiva.

No contexto da destruição continuada, o Ministério da Saúde de Gaza alertou para o colapso demográfico causado pela guerra. Em nota, afirmou: "A expectativa de vida em Gaza caiu 44% em 2023 e 47% em 2024 em comparação com o que teria sido sem a guerra, o que equivale a perdas de 34,4 e 36,4 anos, respectivamente."

A pasta calcula que o número acumulado de vítimas desde outubro de 2023 chega a 69.775 mortos — em sua maioria crianças e mulheres — além de mais de 170.965 feridos. As Nações Unidas estimam ainda que 1,9 milhão de pessoas, equivalente a quase 90% da população do enclave, foram forçadas a deixar suas casas ao longo do conflito.

As revelações do estudo intensificam o alerta global sobre a crise humanitária em curso e reforçam o apelo internacional por cessar-fogo e proteção à população civil em Gaza.

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