Grupo de direitos humanos cita 98 mortes de palestinos presos por Israel durante guerra de Gaza
Relatório aponta padrão de "abuso severo", incluindo ferimentos na cabeça, sangramento interno, costelas quebradas e desnutrição extrema
Reuters - Pelo menos 98 palestinos morreram sob custódia israelense desde o início da guerra de Gaza em outubro de 2023, disse um grupo de direitos humanos nesta segunda-feira, alegando tortura e negligência médica e pedindo uma investigação internacional.
Um relatório da organização Médicos pelos Direitos Humanos – Israel (PHRI, na sigla em inglês), intitulado "Sentença de morte para palestinos sob custódia", afirma que pelo menos 46 morreram nas instalações do Serviço Prisional de Israel e 52, todos da Faixa de Gaza, morreram sob custódia militar.
O tratamento persistiu apesar do cessar-fogo em Gaza declarado no mês passado, segundo o relatório. O grupo, fundado por médicos israelenses, descreveu o número de mortos como sem precedentes e disse que o número real pode ser maior.
O PHRI disse que as descobertas iniciais post-mortem e os testemunhos apontaram para um padrão de abuso severo, incluindo ferimentos na cabeça, sangramento interno e costelas quebradas, além de desnutrição extrema e negação de cuidados vitais.
A conclusão do relatório pede uma investigação internacional independente para descobrir as causas das mortes e garantir que os envolvidos sejam responsabilizados.
Um porta-voz do Exército israelense disse que as detenções estão em conformidade com as leis israelenses e internacionais. Sem deixar de reconhecer as mortes de detentos, algumas decorrentes de doenças ou ferimentos anteriores, afirmou que cada caso foi investigado pela polícia militar.
Um porta-voz do Serviço Prisional de Israel disse que opera sob supervisão legal, garante os direitos dos detentos e investiga todas as mortes sob custódia. O serviço nega o tratamento alegado e disse não ter conhecimento dos incidentes. Também observou a recente cooperação com o Comitê das Nações Unidas contra a Tortura.
As Nações Unidas e grupos de defesa dos direitos humanos têm repetidamente levantado preocupações sobre as condições dos palestinos detidos desde o ataque liderado pelo Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023, que desencadeou a mais recente guerra em Gaza, onde um cessar-fogo foi alcançado no mês passado.



