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Conselho de Segurança da ONU aprova resolução sobre plano de Trump em Gaza

O texto afirma que “as condições podem finalmente estar estabelecidas para um caminho confiável rumo à autodeterminação e ao Estado palestino”

Embaixadores votam a favor de resolução durante reunião do Conselho de Segurança para analisar proposta dos EUA para um mandato da ONU visando o estabelecimento de força internacional de estabilização em Gaza (Foto: REUTERS/Eduardo Munoz)

REUTERS - O Conselho de Segurança da ONU votou nesta segunda-feira a favor de uma resolução redigida pelos Estados Unidos que respalda o plano do presidente Donald Trump para encerrar a guerra em Gaza e autoriza uma força internacional de estabilização no enclave palestino.

Israel e o grupo militante palestino Hamas concordaram no mês passado com a primeira fase do plano de 20 pontos de Trump para Gaza — um cessar-fogo na guerra de dois anos e um acordo para a libertação de reféns —, mas a resolução da ONU é vista como crucial para legitimar um órgão de governança transitória e tranquilizar países que consideram enviar tropas para Gaza.

O texto da resolução afirma que os Estados-membros podem participar do Conselho de Paz, concebido como uma autoridade transitória que supervisionaria a reconstrução e a recuperação econômica de Gaza. A resolução também autoriza a força internacional de estabilização, que garantiria um processo de desmilitarização de Gaza, incluindo o desmantelamento de armas e a destruição de infraestrutura militar.

O plano de 20 pontos de Trump está incluído como anexo da resolução.

A Rússia, que tem poder de veto no Conselho de Segurança, havia sinalizado anteriormente possível oposição ao texto, mas se absteve na votação, permitindo sua aprovação.

A Autoridade Palestina divulgou um comunicado na sexta-feira apoiando a resolução redigida pelos EUA.

A resolução tem sido alvo de controvérsia em Israel porque menciona a possibilidade futura de criação de um Estado palestino.

O texto afirma que “as condições podem finalmente estar estabelecidas para um caminho confiável rumo à autodeterminação e ao Estado palestino” quando a Autoridade Palestina tiver implementado um programa de reformas e quando os avanços na reconstrução de Gaza forem significativos.

“Os Estados Unidos estabelecerão um diálogo entre Israel e os palestinos para chegar a um horizonte político de coexistência pacífica e próspera”, diz o documento.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, sob pressão de membros de direita de seu governo, disse no domingo que Israel continua se opondo a um Estado palestino e prometeu desmilitarizar Gaza “do jeito fácil ou do jeito difícil”.

O Hamas, até agora, se recusou a entregar as armas. Um grupo que reúne facções palestinas lideradas pelo Hamas divulgou um comunicado no final do domingo contra a resolução, chamando-a de passo perigoso rumo à imposição de tutela estrangeira sobre o território e afirmando que o texto proposto atende aos interesses israelenses.

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