Otan avalia ataques cibernéticos contra a Rússia em meio a novas tensões
Países europeus estudam ofensiva digital após acusações de ataques híbridos atribuídos a Moscou
247 - Países europeus da Otan analisam a possibilidade de lançar operações cibernéticas coordenadas contra a Rússia, segundo reportagem publicada pelo portal de notícias Politico. A ofensiva, discutida por governos do bloco, surge em meio a crescentes acusações de “ataques híbridos” atribuídos ao Kremlin, especialmente contra infraestruturas estratégicas.
A publicação detalha que as conversas buscam definir uma resposta conjunta, ampliando a capacidade de atuação digital da aliança militar diante do cenário de tensão com Moscou.
A ministra das Relações Exteriores da Letônia, Baiba Braze, afirmou ao portal Politico que a Otan precisa “ser mais proativa na ofensiva cibernética” e reforçar a coordenação entre serviços de inteligência. “E não são as palavras que enviam um sinal – são as ações”, declarou.
A iniciativa se soma aos planos já anunciados em 2024 para a criação de um centro integrado de defesa cibernética na sede da Otan, na Bélgica, previsto para operar plenamente até 2028. Segundo Stefano Piermarocchi, responsável pela gestão de riscos cibernéticos no escritório de informações da aliança, o novo núcleo deve aprimorar o monitoramento de ameaças e aumentar a eficiência das respostas conjuntas.
Moscou rejeita sistematicamente as acusações de invasões digitais, interferência em sistemas de navegação e uso de drones em espaço aéreo de países aliados, classificando as alegações como retórica belicista. O governo russo também afirma que as sanções impostas pelo Ocidente e o apoio à Ucrânia configuram uma “agressão híbrida”.
Relatórios da empresa RED Security apontam que ataques contra redes russas cresceram 46% ao longo do ano. Entre os episódios de maior repercussão está o ataque, em julho, ao banco de dados da Aeroflot, a maior companhia aérea do país, reivindicado por grupos pró-Ucrânia.



